Navegando por Autor "Paula Lorhanna Barbosa"
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Item Estudo da eficácia anti-helmíntica e resistência parasitária de avermectinas administradas por vias oral e intramuscular e avaliação do perfil bioquímico em equinos naturalmente infectados provenientes da Amazônia Legal.(2023) Lopes; Paula Lorhanna BarbosaOs parasitas gastrointestinais são responsáveis por causar diversos prejuízos e alterações no organismo de equinos. O uso abusivo de antiparasitários com o objetivo de prevenir e tratar animais, contribui para o aumento de pressão de seleção química para parasitos resistentes, diminuindo a eficácia anti-helmíntica e aumentando a carga parasitária podendo levar os animais a óbito. Assim, objetivou-se com a presente pesquisa avaliar a eficácia anti-helmíntica da ivermectina 1% e doramectina 1% injetáveis administradas pela via oral e intramuscular em equinos naturalmente infectados, bem como os possíveis danos renais, hepático e muscular promovidos por estes produtos e, o custo-benefício comparado aos produtos comerciais destinados à equídeos. Para tal, utilizou-se 60 equinos, machos e fêmeas, de diferentes idades, de duas propriedades rurais da microrregião de Araguaína, Tocantins, onde estabeleceu-se dois grupos de 30 animais. Em cada propriedade, os animais foram divididos em três subgrupos, sendo: G1=grupo controle (n=10), que não recebeu tratamento; G2=animais tratados com ivermectina ou doramectina na dose de 0,2mg/kg pela via intramuscular (n=10); G3=animais tratados com ivermectina ou doramectina na dose de 0,2mg/kg pela via oral (n=10). Para a avaliação parasitológica, amostras de fezes foram coletadas diretamente da ampola retal 30 dias antes do início do experimento para confirmar o parasitismo, no dia do tratamento antes da administração dos produtos (D0) e nos dias 14 (D+14) e 28 (D+28) pós-tratamento. Em todas as amostras realizou-se a contagem de ovos por grama de fezes (OPG) e a coprocultura. Para o teste de eficácia dos anti-helmínticos utilizou-se o Teste de Redução de Contagem de Ovos nas Fezes (TRCOF) proposto por Coles et al. (1992). Para identificação de possível efeito agudo dos produtos utilizados determinou-se as concentrações séricas de aspartato aminotransferase (AST), Gama GT (GGT), creatina quinase (CK), lactato desidrogenase (LDH), uréia (UR) e creatinina (CREAT) no D0, às 6, 24 e 48 horas e 14 dias pós-tratamento. A análise termográfica para avaliação do local da aplicação intramuscular foi realizada às 6, 24 e 48h após a aplicação bem como aos 7, 14, 21 e 28 dias após o tratamento. Para a análise do custo-benefício empregou-se o valor por mL quando da obtenção dos produtos utilizados e calculou-se o valor para 600kg, sendo este o maior peso vivo alcançado pelos produtos orais comerciais próprios para a espécie, e comparou-se com o preço médio de mercado destes, após cotação em três lojas distintas da cidade de Araguaína. A coprocultura demonstrou que o parasitismo dos animais era exclusivamente por ciatostomíneos. O OPG no D0 de todos os grupos estudados, tanto para a ivermectina quanto para a doramectina não apresentaram diferença estatística (p>0,05), demonstrando homogeneidade entre eles. No D+14 houve diferença significativa no G2 e G3 em relação ao G1para a ivermectina e apenas em G3 para a doramectina. No TRCOF, independente do princípio ativo e via de administração, não se alcançou a porcentagem mínima exigida (95%). Para as variáveis bioquímicas, embora se detectou alterações estatisticamente significativas, não se pode afirmar que essas se devam ao uso dos produtos, uma vez que também o grupo controle as apresentou, além de que não seguiram um padrão de ocorrência. Os valores encontrados para as variáveis CK, AST, UR e CREAT estavam dentro do estabelecido como referência. Na avaliação termográfica realizada nos animais do G1 e G2, não se observou alteração no padrão de imagem e nem nos valores da temperatura. Na análise do custo-benefício, os valores para os produtos utilizados foram significativamente menores do que as pastas orais existentes, porém, a ineficácia dos produtos inviabiliza o uso. Conclui-se que há resistência parasitária aos princípios ativos utilizados, que é necessário a adoção de novas estratégias para controle de helmintos em equinos do Norte do Tocantins e, ainda, que mesmo com o uso da ivermectina 1% ou doramectina 1% injetáveis, os equinos podem ter sua saúde e bem-estar comprometidos por parasitas intestinais.