Uso da termografia na avaliação pré-operatória do retalho axial auricular caudal em cães.
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Data
2019
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Resumo
O retalho axial auricular caudal é bastante utilizado em cães para reconstrução de defeitos na
região de face e pescoço, entretanto têm sido descritas complicações como necrose do bordo
distal. A termografia por infravermelho vem sendo aplicada na Medicina Veterinária em
diversas áreas, incluindo a cirurgia reconstrutiva. O uso deste recurso no planejamento dos
procedimentos pode contribuir na confecção de retalhos com melhores resultados. O objetivo
deste trabalho foi utilizar a termografia na avaliação do segmento cutâneo utilizado nos
procedimentos reconstrutivos do tipo retalho axial auricular caudal em fase pré-operatória.
Para isso, 14 cães foram submetidos a dois tratamentos, um antes e outro depois de serem
submetidos à anestesia geral. Cada tratamento consistiu em duas etapas, sendo na primeira o
registro sem uso de resfriamento da pele e o segundo após este processo cujo protocolo é
idêntico a assepsia pré-cirúrgica. Após o resfriamento registraram-se imagens aos zero, três,
seis e nove minutos, observando-se o reaquecimento fisiológico da pele. Na avaliação sem
uso de resfriamento observou-se que não houve diferença visual nas imagens registradas antes
e depois da anestesia geral. Na análise estatística observa-se que não houve diferença nos
tratamentos para a temperatura mínima, temperatura média, desvio-padrão da temperatura e o
coeficiente de variação da temperatura. Já a temperatura máxima apresentou diferença, sendo
1,29°C mais alta nos animais antes de serem submetidos a anestesia geral. Houve diferença
também para a amplitude térmica. Na análise onde foi realizado o resfriamento cutâneo,
observou-se que houve um retardo para o aparecimento das áreas mais quentes nos animais
sob efeito de anestesia, o que não ocorreu nos animais sem efeito de anestesia. Na análise
estatística verificou-se que na temperatura mínima a interação entre anestesia e tempo após
resfriamento não apresentou significância e ocorreu efeito linear crescente do tempo após o
resfriamento. No parâmetro temperatura máxima a interação apresentou significância,
variando significativamente após o resfriamento aos três, seis e nove minutos, sendo maior
essa variação nos animais não anestesiados. A amplitude térmica demonstrou não sofrer efeito
significativo em nenhum dos fatores analisados. A temperatura média demonstrou interação
significativa. Imediatamente após o resfriamento aos nove minutos não houve influência da
anestesia sobre a temperatura média, porém nos tempos três e seis minutos a temperatura
média sem anestesia foi maior do que nos mesmos tempos sem anestesia. Com anestesia o
comportamento da temperatura média foi linear crescente, sendo a temperatura
progressivamente maior a medida que aumentava o tempo após o resfriamento. Nas variáveis
desvio-padrão e coeficiente de variação da temperatura não ocorreu interação e o tempo
influenciou de forma linear crescente, enquanto a anestesia não influenciou os referidos
parâmetros. Verificou-se que a utilização das imagens termográficas captadas antes do
procedimento cirúrgico pode contribuir de forma rápida e direta na identificação das regiões
doadoras para confecção de retalhos de padrão axial auricular caudal. A anestesia não
influenciou o registro termográfico da área doadora, portanto a obtenção das imagens pode ser
realizada antes ou após a anestesia. Entretanto o resfriamento induzido pela assepsia altera o
padrão de reaquecimento, podendo influenciar na interpretação das imagens obtidas.
Descrição
Palavras-chave
temperatura cutânea, cirurgia reconstrutiva, pequenos animais, resfriamento
Citação
SOUSA, Daiane Michele Frantz. Uso da termografia na avaliação pré-operatória do retalho axial auricular caudal em cães.2019.64f. Dissertação (Mestrado em Sanidade Animal e Saúde Pública nos Trópicos) – Universidade Federal do Norte do Tocantins, Araguaína, 2019.