Programa de Pós-graduação em Sanidade Animal e Saúde Pública nos Trópicos - PPGSaspt

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O Programa de Pós-Graduação em Sanidade Animal e Saúde Pública nos Trópicos (PPGSaspt), sediado no Centro de Ciências Agrárias (CCA) da Universidade Federal do Norte do Tocantins, busca qualificar recursos humanos para enfrentar os desafios da sanidade animal e saúde pública em regiões tropicais. Por meio de uma sólida base técnica e científica, o programa busca formar especialistas capazes de diagnosticar os riscos associados a doenças animais, zoonoses e outros fatores que impactam a saúde das populações e do ambiente. Além disso, o PPGSaspt se dedica à pesquisa e ao desenvolvimento de tecnologias para promover o progresso regional e nacional. Neste contexto, a iniciativa do programa é essencial para atender à crescente demanda por profissionais qualificados que possam impulsionar o desenvolvimento do estado do Tocantins, tanto no presente quanto no futuro, contribuindo para o bem-estar e o desenvolvimento sustentável das comunidades locais, regionais e a nível nacional.

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    Efeito agudo do inseticida Fipronil em Peixe Neotropical
    (2022) SILVA; Dulcilene do Carmo da
    O uso do fipronil como inseticida agrícola tem crescido consideravelmente e sua aplicação indiscriminada tem intensificado a contaminação dos ecossistemas aquáticos, gerando alerta de preocupação à saúde dos peixes. Este estudo avaliou a toxicidade aguda do inseticida fipronil no peixe neotropical Colossoma macropomum via respostas integradas de múltiplos biomarcadores. Os animais foram divididos em três grupos: Controle (livre do contaminante); F40 (expostos à concentração de 40 µg L -1 ) e F160 (exposto à 160 µg L -1 ), por 96 horas. Após exposição, amostras de sangue, fígado, músculo, cérebro e brânquias foram coletadas para análise de biomarcadores neurotóxicos, fisiológicos, citogenéticos, bioquímicos e morfológicos. A atividade da acetilcolinesterase aumentou no músculo dos animais expostos ao grupo F160 em relação ao controle e F40, indicando distúrbio na junção neuromuscular. Embora o não comprometimento morfofuncional (I org ) do tecido cerebral, houve um aumento no índice de lesão individual (I alt ) para edema intracelular em F160, quando comparado ao controle e ao F40, indicando ação neurotóxica do inseticida. Não houve alterações na morfologia branquial e densidade de ionócitos entre os grupos expostos, todavia, foi observado uma desregulação osmo-ionica plasmática, evidenciada pelo aumento do íon Na + no grupo F160 em relação ao controle, diminuição de K + de forma concentração dependente e aumento na osmolalidade total em F40 quando comparado ao controle. Não houve alteração para o íon Cl após exposição. Os parâmetros hematológicos, índices hematimétricos e leucócitos totais decresceram de forma concentração dependente, indicando possíveis quadros de anemia e infecção tecidual, além de poder levar à uma disfunção no transporte de gases. A frequência de eritrócitos micronucleados não sofreu alteração após a exposição, entretanto, o potencial citogenotóxico do contaminante foi expresso através das alterações nucleares eritrocitárias. Embora o fipronil não tenha prejudicado a funcionalidade do tecido hepático, foi observado alterações morfológicas do tipo alteração da arquitetura hepática nos grupos tratados em relação ao controle, e do tipo degeneração citoplasmática entre tratados. A glicose plasmática e o índice hepatossomático permaneceram inalterados após a exposição. A redução nos níveis de glicogênio hepático de forma concentração dependente indicam interferência do contaminante no metabolismo do peixe, sugerindo metabolização de glicogênio nas células para manter os níveis de glicemia normais. A normalidade do sistema de biotransformação GSH-GST e biomarcadores de danos hepáticos (alanina-transaminase e bilirrubinas) demonstraram que a integridade dos hepatócitos e função de biotransformação não foram afetadas pela ação do inseticida. A toxicidade do fipronil em C. macropomum ocorreu em diferentes concentrações, promovendo alterações morfofisiológicas, neurotóxicas e fisiológicas no organismo, com preservação da funcionalidade do órgão analisados.
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    Aspectos histopatológicos da leishmaniose cutânea e visceral em pele e rim de gatos domésticos naturalmente infectados
    (2022) ASSIS; Cristina da Silva
    As leishmanioses são zoonoses causadas por protozoários do gênero Leishmania de grande impacto na saúde pública. A doença pode ocorrer na forma tegumentar ou visceral, a depender da espécie de Leishmania e a transmissão se dá pela picada de fêmeas de dípteros da família Psychodidae, popularmente denominados flebotomíneos. Nas américas, o Brasil concentra a maioria dos casos notificados de ambas as formas. Felinos domésticos e silvestres são hospedeiros das espécies do protozoário que são mais incidentes no Brasil, com relatos de gatos infectados principalmente em áreas de intensa transmissão da doença. Apesar de serem considerados mais resistentes, os felinos infectados podem apresentar alterações cutâneas na leishmaniose tegumentar e alterações em diferentes órgãos como pele, fígado, baço, linfonodos e pulmão na leishmaniose visceral. A análise histopatológica é uma forma de diagnóstico que pode auxiliar na compreensão dos danos causados ao hospedeiro e poucos são os estudos histopatológicos realizados em felinos domésticos naturalmente parasitados até o momento. Este trabalho objetivou avaliar a aplicação de diferentes métodos de coloração na análise de tecido cutâneo de felino doméstico naturalmente parasitado por Leishmania amazonensis e relatar as alterações renais provocadas pela infecção por Leishmania infantum em gato. Para as análises, amostras de nódulos cutâneos de um gato positivo para L. amazonensis foram coletadas e submetidas a processamento histológico, seguida de coloração pelos corantes hematoxilina-eosina (HE), ácido periódico de Schiff (PAS), fontana Masson, fast green e tricrômio de Mallory e a qualidade da coloração avaliada. Amostras de rins de 5 gatos positivos para L. infantum e 5 gatos negativos foram coradas por HE e PAS e foram analisadas e comparadas. Dentre os corantes analisados em tecido nodular cutâneo, a coloração hematoxilina e eosina demonstrou melhor performance para a visualização do protozoário e dos componentes teciduais. As outras colorações mesmo não tendo o resultado da hematoxilina e eosina, ainda de maneira dificultosa foram capazes de revelar o parasita no tecido. Alterações renais foram observadas em 100% dos gatos positivos e negativos. A alteração glomerular mais frequente foi a glomerulonefrite membranosa, presente em todos os animais negativos e 80% dos animais positivos, porém com grau de intensidade diferente (P<0,05). Animais positivos para Leishmania apresentaram nefrite intersticial, que não foi encontrada em gatos negativos (P<0,05). Os resultados obtidos mostram que a coloração hematoxilina e eosina foi o melhor método de coloração para a visualização das Leishmanias e dos aspectos do tecido de pele, além disso, foi evidenciado que os gatos também desenvolvem lesões viscerais da leishmaniose, como demonstrado nesse estudo pela ocorrência significativa de lesões renais.
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    Efeitos do Fármaco Antidiabético Metformina Sob os Parâmetros Fisiológicos de Tambaqui, Colossoma macropum.
    (2022) Martins; Malba Geane Rosa
    Os fármacos são contaminantes emergentes não regularmente monitorados e constantemente sendo introduzidos no ecossistema aquático e seus impactos em organismos não-alvo ainda são mal compreendidos. Como priori, a metformina (MET) é um dos hipoglicemiante mais utilizados no tratamento de Diabetes Mellitus Tipo 2, cuja presença em ambientes aquáticos tem sido detectada em concentrações preocupantes em todo o mundo e causando efeitos indesejáveis a biota aquática e ao ecossistema local. O objetivo deste estudo foi avaliar os efeitos potencialmente tóxicos da exposição aguda de MET no teleósteo amazonico Colossoma macropomum, com ênfase às alterações do metabolismo energético. Os peixes foram separados aleatoriamente em quatro grupos (n=10) controle e expostos a diferentes concentrações ambientais de MET (10 μg L -1 , 80 μg L -1 e 400 μg L - 1 ), por 48h. Uma coleta de sangue foi realizado para análises dos parâmetros hematológicos e separação do plasma. Amostras de fígado e músculo foram coletados e congelados para análises de biomarcadores bioquímicos do metabolismo energético. Sub-amostras foram fixadas para análises histopatológicas. Após análise diferencial de leucócitos, observou-se um aumento significativo de monócitos circulantes nos grupos tratados em comparação com o grupo controle, sugerindo uma ação do sistema imunológico em resposta às concentrações de MET de forma dependente. Houve também ajustes no metabolismo energético, evidenciado pela redução de glicogênio hepático no grupo exposto a 10 μg L -1 para manter a glicemia plasmática e diminuição de aminoácidos livres no plasma com aumento significativo em músculo branco, foram as alterações mais pronunciadas. O aumento de concentração da MET indica uma resposta concentração- dependente, podendo inferir que descarte exacerbado desse fármaco no ambiente, possa levar a efeitos deletérios aos peixes quando submetidos às concentrações altas e longas exposições. Em exposição aguda de 48h, não se observou hepatoxicidade quanto a análise de morfologia hepática, entretanto, há um recrutamento metabólico para desintoxicação e sobrevivência do animal.
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    Ensaio clínico randomizado, duplo-cego, prospectivo, comparativo entre quatro métodos de antissepsia cirúrgica em gatas submetidas à ovario-histerectomia eletiva
    (2023) Holzlsauer; Guilherme Machado
    A antissepsia cirúrgica do campo operatório tem como objetivo reduzir a microbiota transitória e residente presente na pele do paciente a ser operado. O presente estudo teve como objetivo comparar a carga microbiana na pele da região retroumbilical de gatas hígidas submetidas à ovário-histerectomia eletiva antes e após a exposição às formulações antissépticas, utilizando técnicas preconizadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e comparando-as com as técnicas tradicionais utilizadas na medicina veterinária. Um total de 80 animais foram incluídos no estudo e submetidos à ovário-histerectomia eletiva. Durante o procedimento, a antissepsia cirúrgica foi realizada com um protocolo preestabelecido sendo separados em: grupo I - clorexidina a 2% com tensoativos e clorexidina 0,5% em solução alcóolica; grupo II - Iodo PVPI 10% com tensoativos e Iodo PVPI em solução alcoólica 1%; grupo III - Fórmula 01 da OMS (etanol 80%, glicerol 1,45% e peróxido de hidrogênio 0,125%) e grupo IV - Fórmula 02 da OMS (álcool isopropílico 75%, glicerol 1,45% e peróxido de hidrogênio 0,125%). Para a análise microbiológica, foi coletado material na pele do paciente (5 cm²) antes e após a antissepsia, utilizando um swab e armazenando-o em solução de transporte. O material foi processado por técnica Pour Plate e as placas foram incubadas em estufa bacteriológica a 35±1ºC por 48 horas. Os dados quantitativos foram expressos em unidades formadoras de colônias por cm² (UFC/cm²) e submetidos a análises estatísticas, incluindo teste t não pareado, ANOVA e teste de Mann-Whitney, com um nível de significância estabelecido em P < 0,05. Os resultados do estudo demonstraram que todos os métodos de antissepsia testados foram eficazes na redução do número de unidades formadoras de colônias <5 UFC/cm². Além disso, houve diferença estatística na eficácia de redução antimicrobiana, sendo que entre os grupos I e II, há uma tendência a superioridade do grupo I (redução de 91,07%) em relação ao grupo II (redução de 81,82%). Além disso, os grupos III e IV foram semelhantes estatisticamente (redução de 95,59% e 95,83%, respetivamente) ao grupo I e podem ser considerados métodos eficazes para antissepsia pré-operatória.
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    Pesquisa de espécies de Vibrio spp. Isolados de produtos de origem animal clandestinos e efluentes hídricos do norte do Tocantins
    (2023) Rodrigues; Yron Moreira
    As bactérias do gênero Vibrio spp. são causas comuns de gastroenterites associadas ao consumo de frutos do mar. Estes microrganismos possuem veiculação hídrica e podem ser transmitidos por alimentos, porém, poucas são as estimativas dos mesmos e os casos de infeção são subdiagnosticados. Vibrio cholerae, V. parahaemolyticus e V. vulnificus são as principais espécies associadas a infecções em humanos. Estudos recentes centraram-se em potenciais fatores ambientais e reservatórios, contudo, por constituírem importantes fatores de risco para os seres humanos, como agentes de transmissão de doenças, especialmente através dos alimentos, é fundamental monitorar sua presença em alimentos. Objetivou-se neste trabalho verificar a especificidade de ensaio biomolecular para espécies de Vibrio cholerae, V. parahaemolyticus e V. vulnificus; isolar bactérias sugestivas e confirmar a identificação morfológica sugestiva das espécies; verificar a especificidade de ensaio biomolecular PCR e determinar se o ensaio é suficiente para a detecção de espécies patogênicas de Vibrio spp. em de produtos de origem animal clandestinos e amostras de efluentes hídricos do rio Lontra em Araguaína, Tocantins. Foram avaliados 565 isolados sugestivos de Vibrio spp., entre os quais, 103 isolados foram confirmados utilizando metodologia PCR-Uniplex para espécies de Vibrio spp. e, entre estes, selecionados 10 isolados para sequenciamento genético do gene 16S rRNA. O resultado do sequenciamento confirmou as espécies Aeromonas spp., Escherichia coli e Morganella spp. como espécies para os isolados utilizados. Nas condições realizadas, não foi possível estabelecer a especificidade das técnicas PCR-Uniplex e PCR-Multiplex que fossem capazes de determinar as espécies de Vibrio spp. estudadas. Portanto, outras abordagens metodológicas ou alterações nos protocolos descritos na literatura devem ser validados para a pesquisa dos microrganismos patogênicos desse gênero
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    Estudo da eficácia anti-helmíntica e resistência parasitária de avermectinas administradas por vias oral e intramuscular e avaliação do perfil bioquímico em equinos naturalmente infectados provenientes da Amazônia Legal.
    (2023) Lopes; Paula Lorhanna Barbosa
    Os parasitas gastrointestinais são responsáveis por causar diversos prejuízos e alterações no organismo de equinos. O uso abusivo de antiparasitários com o objetivo de prevenir e tratar animais, contribui para o aumento de pressão de seleção química para parasitos resistentes, diminuindo a eficácia anti-helmíntica e aumentando a carga parasitária podendo levar os animais a óbito. Assim, objetivou-se com a presente pesquisa avaliar a eficácia anti-helmíntica da ivermectina 1% e doramectina 1% injetáveis administradas pela via oral e intramuscular em equinos naturalmente infectados, bem como os possíveis danos renais, hepático e muscular promovidos por estes produtos e, o custo-benefício comparado aos produtos comerciais destinados à equídeos. Para tal, utilizou-se 60 equinos, machos e fêmeas, de diferentes idades, de duas propriedades rurais da microrregião de Araguaína, Tocantins, onde estabeleceu-se dois grupos de 30 animais. Em cada propriedade, os animais foram divididos em três subgrupos, sendo: G1=grupo controle (n=10), que não recebeu tratamento; G2=animais tratados com ivermectina ou doramectina na dose de 0,2mg/kg pela via intramuscular (n=10); G3=animais tratados com ivermectina ou doramectina na dose de 0,2mg/kg pela via oral (n=10). Para a avaliação parasitológica, amostras de fezes foram coletadas diretamente da ampola retal 30 dias antes do início do experimento para confirmar o parasitismo, no dia do tratamento antes da administração dos produtos (D0) e nos dias 14 (D+14) e 28 (D+28) pós-tratamento. Em todas as amostras realizou-se a contagem de ovos por grama de fezes (OPG) e a coprocultura. Para o teste de eficácia dos anti-helmínticos utilizou-se o Teste de Redução de Contagem de Ovos nas Fezes (TRCOF) proposto por Coles et al. (1992). Para identificação de possível efeito agudo dos produtos utilizados determinou-se as concentrações séricas de aspartato aminotransferase (AST), Gama GT (GGT), creatina quinase (CK), lactato desidrogenase (LDH), uréia (UR) e creatinina (CREAT) no D0, às 6, 24 e 48 horas e 14 dias pós-tratamento. A análise termográfica para avaliação do local da aplicação intramuscular foi realizada às 6, 24 e 48h após a aplicação bem como aos 7, 14, 21 e 28 dias após o tratamento. Para a análise do custo-benefício empregou-se o valor por mL quando da obtenção dos produtos utilizados e calculou-se o valor para 600kg, sendo este o maior peso vivo alcançado pelos produtos orais comerciais próprios para a espécie, e comparou-se com o preço médio de mercado destes, após cotação em três lojas distintas da cidade de Araguaína. A coprocultura demonstrou que o parasitismo dos animais era exclusivamente por ciatostomíneos. O OPG no D0 de todos os grupos estudados, tanto para a ivermectina quanto para a doramectina não apresentaram diferença estatística (p>0,05), demonstrando homogeneidade entre eles. No D+14 houve diferença significativa no G2 e G3 em relação ao G1para a ivermectina e apenas em G3 para a doramectina. No TRCOF, independente do princípio ativo e via de administração, não se alcançou a porcentagem mínima exigida (95%). Para as variáveis bioquímicas, embora se detectou alterações estatisticamente significativas, não se pode afirmar que essas se devam ao uso dos produtos, uma vez que também o grupo controle as apresentou, além de que não seguiram um padrão de ocorrência. Os valores encontrados para as variáveis CK, AST, UR e CREAT estavam dentro do estabelecido como referência. Na avaliação termográfica realizada nos animais do G1 e G2, não se observou alteração no padrão de imagem e nem nos valores da temperatura. Na análise do custo-benefício, os valores para os produtos utilizados foram significativamente menores do que as pastas orais existentes, porém, a ineficácia dos produtos inviabiliza o uso. Conclui-se que há resistência parasitária aos princípios ativos utilizados, que é necessário a adoção de novas estratégias para controle de helmintos em equinos do Norte do Tocantins e, ainda, que mesmo com o uso da ivermectina 1% ou doramectina 1% injetáveis, os equinos podem ter sua saúde e bem-estar comprometidos por parasitas intestinais.
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    Efeitos individuais e combinados dos fármacos Ibuprofeno e Losartana no Teleósteo Amazônico Colossoma macropomum
    (2023) Romano; Rosa Mara de Sousa Santos
    Fármacos em ecossistemas aquáticos é uma classe de contaminantes emergentes das quais são advindas de diversas fontes de emissão, não sendo removidos por tratamentos convencionais de águas residuais. Dessa forma, permanecem nos corpos d’água e podem apresentar riscos à biota aquática, como aos peixes. Dentre os produtos farmacêuticos mais encontrados no meio aquático, estão os anti-inflamatórios e os anti-hipertensivos. Estes poluentes normalmente não são encontrados de forma isolada e poucos estudos abordam os perigos da associação desses contaminantes, que permitam conhecer os impactos ecotoxicológico dessas misturas complexas em organismos aquáticos. Portanto, o objetivo deste trabalho foi avaliar a toxicidade subletal aguda do anti-inflamatório Ibuprofeno (IBU), do anti-hipertensivo Losartana (LS) individualmente e em mistura no fígado de tambaqui (Colossoma macropomum), através de biomarcadores fisiológicos, bioquímicos e histopatológicos. Os animais foram divididos aleatoriamente em quatro grupos (n=10) contendo os fármacos individualmente e em mistura binária, sendo um grupo livre de contaminantes (controle), um grupo exposto a 25µg de IBU, um grupo exposto a 2µg de LS, e um último grupos exposto a associação dos dois fármacos (25µg de IBU + 2µg de LS), de modo agudo por 96 horas em sistema estático. Após o período de exposição forma coletados sangue para as análises hematológicas e fígado para as análises bioquímicas e histopatológicas. De acordo com os resultados, observou-se que não houve alterações significativas nos parâmetros hematológicos eritrocitários entre os grupos, no entanto, nos parâmetros leucocitários os animais expostos ao IBU apresentaram uma diminuição no número de linfócitos e o aumento no número de neutrófilos e LG-PAS. Os demais grupos também apresentaram aumentos de células leucocitárias. No grupo LS, uma alteração circulatória do tipo hiperemia foi observada, enquanto, no grupo mistura, as alterações visíveis foram nos hepatócitos, demonstrando hipertrofia celular e alterações nucleares. As patologias individuais são de caráter progressivo e podem comprometer a morfofisiologia hepática, como demonstrado no Indice de Lesão do órgão (Iorg) para LS e Mistura. A concentração de glutationa reduzida (GSH) foi diminuída em todos os grupos amostrais, entretanto, apenas no grupo mistura foi observado um aumento da atividade da glutationa S transferase (GST).
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    Qualidade, segurança microbiológica e comparação da recuperação de Salmonella spp. Da casca e gema de ovos caipiras e inspecionados
    (2023) Aguiar; Nara Teles
    O ovo é um Produto de Origem Animal (POA), com alto valor nutritivo e de baixo custo, acessível às diferentes classes econômicas. Devido suas características nutricionais é um dos principais produtos relacionados com doenças transmitidas por alimentos (DTA) para os seres humanos. Como as aves são reservatórios naturais de enteropatógenos de importância em saúde pública, como por exemplo, Salmonella spp., a contaminação dos ovos pode ocorrer por via entérica durante a postura ou intra-ovariana. Portanto, o ovo pode ser uma fonte de infecção aos seres humanos quando manipulado ou consumido de forma inadequada. A presente pesquisa teve por objetivo comparar a qualidade e segurança microbiológica de ovos inteiros caipiras, comercializados de forma clandestina, e de granjas avícolas inspecionadas do norte do Tocantins, ao mesmo tempo, comparando a recuperação de isolados de Salmonella spp. da casca e gema para determinação da origem da contaminação. As amostras do conteúdo interno e integral dos ovos foram analisadas quanto a contagem de bactérias aeróbias mesófilas, Staphylococcus spp., Número Mais Provável (NMP/g) de coliformes totais e termotolerantes, e pesquisa de Salmonella spp. e Listeria spp., por métodos convencionais associados com biomoleculares. Amostras da casca e das gemas dos ovos foram avaliadas particularmente para pesquisa de Salmonella spp. As médias de aeróbios mesófilos, Staphylococcus coagulase positiva e coliformes a 30 e 45ºC entre os ovos caipiras e inspecionados foram, respectivamente, 4,5 x 107 e 2,9 x 108 (p >0,05), 17 e 10 (p> 0,05). As recuperações de Salmonella spp. da casca e da gema de ovos caipiras foram de 63,6% (7/11) e 27,2% (3/11), enquanto para os ovos inspecionados foram de 45,5% (5/11)e 27,2% (3/11). A produção inspecionada de ovos em granjas avícolas, caso das amostras avaliadas, geralmente apresenta menor contaminação ambiental/fecal em relação aos ovos de aves caipiras. Também foi possível observar presença de contaminação por Listeria spp., em uma amostra nos ovos de granja, potencialmente de origem dos equipamentos e superfícies utilizadas durante o processamento, classificação e ovoscopia. De acordo com a pesquisa realizada, conclui-se que os ovos in natura comercializados na região norte do Tocantins apresentaram micro-organismos deteriorantes e indicadores de baixa qualidade higiênico sanitária. A contaminação por Salmonella spp. pode estar ligada à infecção intra-ovariana e entérica. Por meio da determinação dos perigos microbiológicos encontrados nos ovos, é possível estabelecer estratégias direcionadas para o controle de produção, bem como, intensificar os programas de vigilância desse patógeno para atendimento dos parâmetros da legislação, tanto para a sanidade dos plantéis como para a sustentabilidade da segurança dos alimentos.
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    Epidemiologia da Sepse em um hospital universitário no norte do Tocantins, Brasil
    (2023) Lacerda; Gilmara Cruz e Silva
    Introdução: Sepse é uma síndrome considerada problema de saúde pública que gera impacto clínico e econômico. É definida como uma disfunção orgânica causada por uma resposta desregulada do hospedeiro à infecção e desperta interesse crescente em virtude dos altos índices de morbidade e mortalidade. Objetivo: Caracterizar o perfil epidemiológico da sepse em um hospital universitário no norte do Tocantins no período de 2018 a 2020. Metodologia: Estudo observacional, analítico, transversal, retrospectivo, de caráter quantitativo. Os dados foram coletados nos meses de janeiro a setembro 2023. Após a análise de 4.094 fichas IRAS (Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde) foram selecionados 47 casos com diagnóstico de sepse ou choque séptico, conforme os anos do estudo. Para elaboração dos gráficos foi utilizado o programa GraphPad Prism e na análise estatística foi aplicado o ANOVA. Resultados: Após a triagem dos prontuários, dos 47 clientes que foram diagnosticados com a síndrome, 34 estavam com sepse e 13 com choque séptico. A letalidade nos anos de 2018 a 2020 foi de 50% para sepse e 76,92% choque séptico, predominando os óbitos em homens (71,42%) em idade adulto jovem (75%), de raça/cor parda. Quanto aos fatores socioeconômicos, a escolaridade ensino fundamental incompleto (55,3%) obteve predomínio, bem como a ocupação lavrador (25,5%). Em relação aos fatores clínicos, foi observado como foco gerador da síndrome a infecção pulmonar (34% cada), as comorbidades associadas encontradas foram HIV/AIDS, hipertensão e diabetes. O desfecho principal foi o óbito. Conclusão: Com base neste estudo, é possível concluir que o HU do Tocantins apresentou entre 2018 a 2020 uma alta taxa de letalidade por sepse, foi possível avaliar as características clínicas, epidemiológicas e socioeconômicas dos clientes. No entanto, alguns dados não foram coletados em sua totalidade por falta de alimentação dessas informações nos prontuários. Portanto, essa pesquisa pode auxiliar a conduta dos profissionais de saúde que trabalham na região da Amazônia Legal, com o objetivo de otimizar o tempo de diagnóstico e intensificar o cuidado dos pacientes que pertencem ao grupo com maior risco de desenvolver sepse e choque séptico.
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    Série temporal da Hanseníase no Tocantins no período de 2013 a 2022 e valores preditivos para 2023 a 2025.
    (2023) Ferreira; Karen Cristine Carvalho Lima
    A hanseníase é uma doença crônica, infectocontagiosa, causada pelo Mycobacterium leprae, transmitida por meio do contato prolongado com um indivíduo infectado com uma das formas multibacilares, e que não esteja em tratamento. O Tocantins, localizado na região norte do Brasil, é o estado mais novo criado e se destaca pelo número crescente de casos de hanseníase. Este estudo teve como objetivo analisar a série temporal no período de 2013 a 2022 e realizar previsões de ocorrência de hanseníase no estado do Tocantins no período de 2023 a 2025. Para a pesquisa foram utilizados dados disponíveis na plataforma do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Foram registrados 13.406 casos de hanseníase no período de 2013 a 2022, com média anual de 1.340 casos. Na série temporal foi possível confirmar que a hanseníase no estado do Tocantins ocorre com padrão endêmico, com tendência linear e redução sazonal nos meses de julho e dezembro. Com os resultados obtidos foi possível desenhar um modelo matemático ARIMA (1,0,1)(0,1,1) para a enfermidade, no qual a previsão de casos para o estado do Tocantins em 2023 são 965 casos, em 2024 esse valor será de 1.046 casos e 2025 espera-se 1.096 casos da doença no estado, permanecendo com padrão endêmico e linear, mostrando um aumento nos números de casos. Essa previsão foi baseada nas ações que são realizadas atualmente no combate a doença, caso outras medidas possam ser adotadas esse cenário pode mudar, tanto com aumento no número de casos quanto a diminuição dos mesmos.