Frequência de hiperplasias e neoplasias do sistema reprodutor de caninos e felinos atendidos na Clínica Veterinária Universitária – UFNT

Abstract

As pessoas têm os animais de companhia como um integrante da família, isto os fazem merecedores de cuidados, fazendo com que sua sobrevida seja maior o que contribui para o aumento dos casos de neoplasias. Por outro lado, no sentido de controle populacional, os animais usam medicamentos contraceptivos que podem ocasionar sérios distúrbios reprodutivos, como piometra, hiperplasias e neoplasias. No Brasil, as neoplasias são uma das principais causas de morte entre animais domésticos, porém embora nas regiões Sul, Sudeste, Centro-oeste e Nordeste os dados sobre a epidemiologia das neoplasias em pequenos animais estejam consolidados, o mesmo não ocorre no Norte do país. Este trabalho tem como objetivo relatar a frequência de hiperplasias e neoplasias que acometeram o sistema reprodutor de caninos e felinos atendidos na rotina da Clínica Veterinária Universitária da Universidade Federal do Norte do Tocantins, entre os anos de 2013 e 2023, de modo a determinar a frequência de diagnóstico em relação a espécie, raça, idade, sexo, estado reprodutivo, uso de anticoncepcional e localização tumoral. Foram revisadas 2.338 fichas de animais e observou-se 70 animais com 73 patologias do sistema reprodutor, sendo 35,62 % (26/73) hiperplasias, 5,48 % (4/73) neoplasias benignas e 58,90 % (43/73) malignas. Quanto a espécie, 48% (12/25) das hiperplasias acometiam caninos e 52 % (13/25) felinos, 88,89 % (40/45) das neoplasias do sistema reprodutor em caninos e 11,11 % (5/45) em felinos. Entre os animais com hiperplasias e neoplasias, 92,86 % eram fêmeas e 7,14 % machos. Os animais sem raça definida foi aproximadamente o dobro de animais com raça definida (64,29 % e 35,71 %, respectivamente). Nas hiperplasias e neoplasias por faixas etárias, 40 % com idade entre 0 – 5 anos, 44,28 % entre 6 – 10 anos e 12,86 % acima de 10 anos. A frequência de neoplasias foi maior em animais não castrados (74,29 %). Fizeram uso de contraceptivos, 32,68 % dos caninos e 83,33 % dos felinos. Portanto, as hiperplasias e tumores mamários foram os mais frequentes, sendo os animais sem raça definida, fêmeas, adultas e de meia idade, não castradas as mais afetadas.