A Feira Ecosol como potencial Interdisciplinar dos espaços não formais para a Educação Básica

Abstract

As feiras livres, espaços de relações de trabalho e experiências educativas das cidades, demonstram configurações que podem ser exploradas no contexto pedagógico interdisciplinar como espaço não formal de ensino, uma alternativa para melhorar e complementar o processo de ensino aprendizagem nos espaços formais de ensino. Neste sentido, a Feira da Economia Solidária e da Agricultura Familiar de Araguatins (Feira ECOSOL), Tocantins, objeto de estudo da presente pesquisa, apresenta manifestação cultural a partir da comercialização das comidas típicas, artesanatos, produtos da agricultura familiar e da realização de atrações artísticas e culturais, sendo assim também um espaço não formal de ensino, não institucionalizado, de interação entre as pessoas e valorização das relações socioculturais. A pesquisa objetivou conhecer o potencial interdisciplinar da Feira ECOSOL através das percepções e concepções dos professores e assessores de currículo das áreas de Ciências da Natureza e Matemática. A metodologia utilizada consiste em uma pesquisa exploratória de abordagem qualitativa do tipo participante, análise dos documentos Base Nacional Comum Curricular, Documento Curricular do Tocantins e Reordenamento Curricular, na busca de propostas pedagógicas relacionados à espaços não formais de ensino. Foram usados questionários semiestruturados como instrumento de coleta de dados em duas etapas, aplicados a dois assessores de currículo e a sete professores das áreas de Ciências da Natureza e Matemática. A partir das observações de campo foi possível construir uma caracterização da Feira ECOSOL, posteriormente a elaboração de um guia didático com propostas de atividades interdisciplinares no formato de quadro de sugestões de atividades dos componentes curriculares de Ciências e Matemática para a feira como item desta dissertação, o qual foi submetido a análise e avaliação pelos participantes. O cruzamento entre as percepções dos participantes sobre a feira nas duas etapas da pesquisa, evidenciou mudanças na ótica dos professores acerca das impressões do ambiente da feira como espaço não formal de ensino, estes identificaram que o ambiente traz possibilidades de se trabalhar habilidades de diversas áreas e não apenas de Ciências da Natureza e Matemática, bem como também evidenciou que estes espaços não formais de práticas sociais podem ser veículos potentes para auxiliar na alfabetização científica e cultural dos educandos, pela relação de trocas de saberes e contextualização eficaz complementar à educação formal. A divulgação de possibilidades e ações interdisciplinares para os espaços não formais como as feiras livres e como forma de assegurar tais ações, propor a inserção no Projeto Político Pedagógico da Unidade de Ensino, possibilidades de formação de professores para práticas pedagógicas em espaços não formais de ensino e adequação para se tornar uma disciplina de eletivas, são algumas proposições concebidas pelos participantes da pesquisa para contribuições futuras.