Do Messianismo falido ao individualismo demissionário: leitura, escrita e constituição dos sujeitos leitor e escritor na ficção de Moacyr Scliar e Cristovão Tezza

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Data

2025

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Universidade Federal do Norte do Tocantins

Resumo

Esta tese vincula crítica literária e filosofia, refletindo sobre o messianismo utópico falido e o individualismo demissionário em personagens-leitores e personagens-escritores constantes nos romances de Moacyr Scliar e Cristovão Tezza. Ela identifica nos personagens de Scliar o messianismo utópico, estes levados à desistência ou à loucura, prestando-se ao riso e à zombaria, numa forma irônica, por parte de seu autor, de fazer constar as utopias como discursos falidos, mas não menos necessários para quem busca um outro mundo possível, através da revolução do mundo presente. Identifica igualmente nos personagens de Tezza o individualismo demissionário, reduzidos à indiferença, à desesperança, ao cinismo, à misantropia e à inércia em relação ao engajamento nas causas sociais. Para tanto, a pesquisa se pautou por recobrir o papel que o leitor tem diante de livros que lê e o papel do escritor diante dos textos que escreve ou quer escrever, ambos dentro das coordenadas circunstanciais de sua vida privada e pública. De Scliar, foram tomados sobretudo os romances Eu vos abraço, milhões, O exército de um homem só, A majestade do Xingu, A mulher que escreveu a bíblia, O centauro no jardim, Mês de cães danados, Manual da paixão solitára, Os vendilhões do templo, Os voluntáriios, A festa no castelo. De Tezza, a atenção se volta principalmente para os romances Trapo, O professor, A suavidade do vento, O fantasma da infância, Juliano Pavollini, A tensão superficial do tempo, A tradutora, Beatriz e o poeta, Aventuras provisórias, Um erro emocional,O filho eterno. Sendo uma tentativa de compreensão dos atos da leitura e da escrita que busca exemplos em personagens fictícios, ela convocou o apoio dos teóricos da Literatura, como George Steiner, Tzvetan Todorov, Émile Faguet, Vincent Jouve, Julien Benda, Isaiah Berlin, Terry Eagleton, Ricardo Piglia, Michele Petit, Ayn Rand, Regina Zilberman, Umberto Eco, Wolgang Iser, Octavio Paz, Roland Barthes, entre outros; e, em filósofos, como Friedrich Nietzsche, Sigmund Freud, Michel Foucault, Judith Butler, Immanuel Kant, Karl Marx, Michael Löwy, Hannah Arendt, Fredric Jameson, Ernst Bloch, Theodor Adorno, Paul Ricoeur, Roger Scruton, Emil Cioran, Michela Murgia, Donatela Di Cesare, Enzo Traverso, entre outros. A confluência de teóricos da Literatura com os pensadores da Filosofia serve para mostrar os procedimentos de efetivação das teorias utópicas e as crises das utopias a partir de seus resultados e como isto tem servido de álibi para a desistência de engajamentos e para novos levantes de detratores das mesmas. Esta tese também pondera sobre o surgimento do fascismo nas sociedades contemporâneas nas diversas nações do planeta e acredita que a Literatura se apresenta como uma leitura antecipada dos tempos sombrios.

Descrição

Palavras-chave

Literatura e engajamento, messianismo utópico, individualismo demissionário, leitor e escritor, Moacyr Scliar, Cristovão Tezza.

Citação

FREITAS, José Carlos de. Do Messianismo falido ao individualismo demissionário: leitura, escrita e constituição dos sujeitos leitor e escritor na ficção de Moacyr Scliar e Cristovão Tezza. 2025. 273f. Tese (Doutorado em Linguística e Literatura) – Universidade Federal do Norte do Tocantins, Araguaína, 2025.

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