Impacto do período Pré-abate e do procedimento operacional padronizado da esfola da região do peito na qualidade e segurança microbiológica da carcaça de bovinos
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Data
2022
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Resumo
O período pré-abate de bovinos é destinado ao jejum alimentar, dieta hídrica e
reposição do glicogênio muscular prejudicado pelo estresse oriundo do transporte
das propriedades até os abatedouros frigoríficos. Durante este período os animais
são alocados em currais de observação. Neste momento a delimitação do espaço
leva a um maior contato entre os animais, que pode favorecer a contaminação do couro dos
mesmos. Passado o período de jejum os animais podem seguir para o banho de
aspersão que antecede o abate. Neste momento a água escorre por todo o dorso do
animal, convergindo na região ventral (peito e abdômen). Esta alta contaminação
microbiológica do couro pré-esfola pode contaminar a carcaça durante sua
manipulação e, consequentemente, expor o consumidor a perigos microbiológicos
durante o consumo da carne. Para evitar esse tipo de contaminação da carcaça, é
estabelecido um procedimento sanitário operacional (PSO) que determina o sentido
e a direção da faca no procedimento de incisão/riscagem do couro e posterior esfola. O
objetivo do presente estudo, portanto, foi verificar se o tempo de espera pré-abate e o
sentido da faca no procedimento de riscagem do couro podem influenciar na
qualidade microbiológica da carcaça. Foram amostrados 48 animais de uma mesma
propriedade, divididos em grupo A com 24 animais submetidos ao período pré-abate de 13
horas e grupo B submetidos ao período pré-abate de 23 horas. Posteriormente, o grupo A foi
subdividido em 12 carcaças cujo PSO foi realizado de forma correta e 12 carcaças cujo PSO
foi realizado de forma errada. A mesma subdivisão foi realizada para o grupo B. Os micro-
organismos pesquisados foram enterobacterias, coliformes totais, Escherichia coli produtora
de shiga toxina (STEC), enteropatogênica (EPEC) e enterohemorrágica (EHEC), aeróbios
mesófilos, Salmonella spp. e Listeria monocytogenes por abordagens microbiológicas
internacionais e biomoleculares. Não foi verificado efeito significativo (p>0,05) do período
pré-abate nas contagens de coliformes totais, E. coli, enterobactérias e aeróbios mesófilos no
couro ou carcaça, apesar de nas carcaças essa diferença ter sido de 93,4% para aeróbios
mesófilos e enterobactérias no grupo de animais submetidos à 23h de repouso em relação à
aqueles submetidos à 13h. Em relação à execução correta do PSO, também não foi verificado
efeito significativo (p>0,05) das quantificações de indicadores, mas em relação à presença de
enteropatógenos foi possível identificar, proporcionalmente, mais EPEC e STEC em carcaças
submetidas ao PSO errado, assim como só foi possível identificar Salmonella spp. e EHEC
em carcaças submetidas ao PSO errado. A execução do PSO da incisão do couro na região do
peito do animal de forma correta reduziu, portanto, o risco microbiológico das carcaças para
a presença de enteropatógenos e favoreceu o atendimento de padrões microbiológicos da
carcaça.
Descrição
Palavras-chave
Boas práticas de fabricação, Carne bovina, Qualidade sanitária, Salmonella spp.
Citação
SAGAWA, Roberta. Impacto do período Pré-abate e do procedimento operacional padronizado da esfola da região do peito na qualidade e segurança microbiológica da carcaça de bovinos. 2022.45f. Dissertação – Universidade Federal do Tocantins, Programa de Pós-graduação em Sanidade animal e Saúde pública nos trópicos, Araguaína, 2022.