Biblioteca Digital de Dissertações e Teses da UFNT
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Item A constituição dialógica do dizer inferencial em poemas: o desenvolvimento do leitor protagonista no ensino médio(Universidade Federal do Norte do Tocantins, 2024) BARROSO, Francinete Costa SoaresEsta pesquisa configura-se como um estudo teórico-metodológico-propositivo, fundamentado nos postulados da Linguística Aplicada, consubstanciada por demais áreas do conhecimento linguístico, sobre o ensino de leitura do gênero discursivo poema, em contexto de sala de aula. A investigação centra-se na necessidade de formar leitores, construtores ininterruptos de inferências, hábeis a descortinar ideias subjacentes à materialidade textual, que se processam no ato de compreender, enquanto ato de afirmação social e de interação entre os sujeitos, em um dado contexto histórico-social. Para tanto, este estudo objetiva compreender de que modo a leitura inferencial se constitui, no processo de ensino e aprendizagem da leitura de poemas e da escrita de resposta argumentativa, por meio de abordagem teórico-metodológica de ordenação e sequenciação de perguntas de leitura, a partir da intervenção docente. Sob essa ótica, a pesquisa pauta-se nas perspectivas teóricas do interacionismo e do dialogismo (Volóchinov, 2017[1929]; Bakhtin, 2003[1979]), que concebem a linguagem como um produto sócio-histórico, ao considerar os sujeitos sociais coparticipantes da construção do contexto ideológico, no qual convivem; nos conceitos interacionista e dialógico de leitura, (Solé,1998; Kleiman,1993; Dell’Isola,1996; 2001; Angelo e Menegassi, 2022); nos pressupostos metodológicos acerca da ordenação e sequenciação de perguntas (Menegassi, 2008; 2010; 2011; 2016 etc.; Fuza, 2010; 2017; Fuza e Menegassi, 2022); e nos estudos do texto, sob a abordagem de geração de inferências (Koch, 1993; 2002; 2009; 2010; Marcuschi, 1985; 2008). À luz desse arcabouço teórico, arrola-se a hipótese, corroborada na tese defendida, de que o trabalho com a leitura, endossado, teoricamente, pela interação e pelo dialogismo, sob a organização metodológica da ordenação e sequenciação de perguntas de leitura, para o gênero discursivo poema, promove, ao aluno-leitor, a ampliação socioideológica, ao construir as inferências necessárias à leitura proficiente. Esta é uma pesquisa qualitativo-interpretativa, de caráter etnográfico-intervencionista, tipologicamente definido como intervenção pedagógica, para o qual foram realizados encontros de trabalho, com a finalidade de discutir aporte teórico e metodológico, sobre a proposta pedagógica a ser implementada e efetuar diagnóstico mais detalhado, com atividades e observação in locus da situação de leitura dos estudantes. A proposição investigativa dá-se sob o escrutínio de prévia investigação em sala de aula, consolidada em pesquisa de mestrado da autora, a qual se propõe, em fase de doutoramento, a acentuar um olhar ainda mais analítico, prospectivo e interventivo, sobre a problemática em evidência, ao instar aos estudantes, sujeitos da pesquisa, precedentemente, atividades de leitura, resolução de perguntas e produção de resposta argumentativa, sob mediação e, à posteriori, consolidar a leitura, elaboração e resolução de perguntas e produção de resposta argumentativa, sem mediação, em uma turma da terceira série do ensino médio, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Tocantins – IFTO – Campus Araguatins, Tocantins. Os dados gerados compreendem os materiais de leitura, produzidos por esses alunos e as gravações/interações, estabelecidas nas aulas de Língua Portuguesa, em 2022. Ao considerar os procedimentos e pressupostos teóricos, subsidiadores dessa investigação, conforme a revelação dos dados, faz-se legítimo endossar a proposição de trabalho com as perspectivas de leitura interacionista e dialógica apresentadas, tendo em vista que, pelos resultados analisados, ficou evidente na leitura dos sujeitos-participantes, um horizonte de compreensão ampla, crítico-reflexivo, a demonstrar uma ampliação socioideológica de construção de inferências dialógicas, sobre a palavra do outro, ao se constituir autor de sua própria palavra réplica e, consequente produção de sentidos ao enunciado, em toda a sua arquitetônica de enunciação.