Percepção leitora de quem indica literatura: critérios usados para indicar obras literárias.

Nenhuma Miniatura Disponível

Data

2025

Título da Revista

ISSN da Revista

Título de Volume

Editor

Universidade Federal do Norte do Tocantins

Resumo

A presente dissertação tem como objetivo investigar como a lista de sugestões de leitura literária formulada por Antonio Fagundes é construída: parte ela de uma percepção individual, que combina influências de outras listas, e/ou articulam cânone e literatura de massa com o intuito de formar leitores críticos. Por meio de discussões que demandam compreender como se estabeleceu o papel do crítico literário, a partir da evolução da nomenclatura “crítico” — inicialmente relacionada aos gramáticos, cuja função era apenas aferir a fidedignidade dos textos — até tornar-se um profissional respeitado, capaz de apontar elementos fundamentais para a leitura e interpretação da literatura. Propõe-se problematizar se as sugestões de leitura emitidas por um crítico literário fazem parte de sua construção de sentido pessoal ou se visam apenas reafirmar a literatura consagrada, já canonizada. Discutem-se, ainda, os caminhos pelos quais a crítica literária se tornou essencial à literatura, considerando a perspectiva de que o texto literário não possui um sentido unívoco, mas, ao contrário, apresenta lacunas interpretativas. Nesse contexto, a crítica assume o papel de preencher esses vazios, emitindo pareceres que auxiliam na leitura e na construção de significados. A investigação se concentra nas listas de indicações de leitura, com o intuito de compreender de que forma as análises críticas contribuem para a recorrência de certos títulos nas listas de obras canônicas — aquelas consideradas clássicas por sua capacidade de nunca se esgotarem em uma única leitura. A pesquisa tem caráter bibliográfico e analisa, criticamente, o percurso histórico dos termos “crítica” e “cânone”, com base em um referencial teórico amplamente revisado. Os principais autores que fundamentam esta investigação são René Wellek (1970), Leyla Perrone-Moisés (1998), Roberto Acízelo (2011) e João Alexandre Barbosa (1996), no que se refere à crítica literária; e Harold Bloom (2001) e Italo Calvino (2021), no tocante ao cânone. Também é considerada a recorrência de determinados autores nas listas elaboradas por críticos, o que sugere que o cânone sofre poucas alterações, sobretudo quando se trata da literatura ocidental. O corpus analisado é a obra Tem um livro aqui que você vai gostar, de Antonio Fagundes. Observou-se que suas sugestões de leitura estão organizadas de maneira a atrair o leitor para determinados títulos, com base em comentários de caráter informal. Fagundes compartilha preferências pessoais, sem se aprofundar na análise textual, mas demonstra entusiasmo e paixão pelas obras que indica, o que acaba por cativar o público. Em alguns casos, ele contextualiza historicamente a obra ou seu autor, o que contribui para despertar o interesse do leitor. Seus comentários funcionam como um convite à leitura, especialmente por sua capacidade de transmitir, de forma acessível, o valor subjetivo que atribui às obras mencionadas.

Descrição

Palavras-chave

Crítica, Crítica Literária, Cânone, Lista com indicação de Leitura

Citação

SANTOS, Josefa Rodrigues dos. Percepção leitora de quem indica literatura: critérios usados para indicar obras literárias. 2025. 154f. Dissertação (Mestrado em Linguística e Literatura) – Universidade Federal do Norte do Tocantins, Araguaína, 2025.

Avaliação

Revisão

Suplementado Por

Referenciado Por