Programa de Pós-graduação em Estudos de Cultura e Território - PPGCult

URI permanente para esta coleçãohttps://solaris.ufnt.edu.br/handle/123456789/84

O Mestrado Acadêmico do Programa de Pós-Graduação em Estudos de Cultura e Território (PPGCult), oferecido no Centro de Ciências Integradas de Araguaína (UFNT), é um curso presencial de pós-graduação stricto sensu reconhecido pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), do Ministério da Educação. Está inserido na Área Interdisciplinar procurando construir um diálogo com diversas áreas do conhecimento, e tem como objetivo produzir investigações de caráter interdisciplinar sobre a relação entre cultura e território. A proposta do mestrado é construir objetos de investigação interdisciplinares em torno da relação cultura e território, bem como reconhecer os pressupostos éticos e políticos da pesquisa científica e do saber produzidos no âmbito da Universidade. Também devem estar aptos ao diálogo entre disciplinas, saberes e sujeitos de diversas procedências sociais, bem como ser capazes de desenvolver projetos interdisciplinares de relevância social que impulsionem a mudança social com vistas a participações mais igualitárias do poder.

Navegar

Resultados da Pesquisa

Agora exibindo 1 - 10 de 17
  • Item
    Tecnologias Digitais na Comunidade Quilombola Dona Juscelina em Muricilândia - TO: transformações culturais – 2015 a 2022
    (Universidade Federal do Norte do Tocantins, 2025) SANTOS, Wagner Silva
    Nesta dissertação analisamos a relação entre as tecnologias digitais e as tradições ancestrais africanas na Comunidade Dona Juscelina. Os objetivos desta pesquisa são. Analisar o impacto das Tecnologias Digitais na Comunidade Quilombola Dona Juscelina, em Muricilândia - TO, no período de 2015 a 2022, investigando as transformações culturais resultantes da incorporação dessas tecnologias no cotidiano, nas práticas sociais, na educação e na preservação da identidade quilombola. Nesta pesquisa foi utilizada como metodologia de pesquisa a história oral, a partir de questionários semiestruturados, foram entrevistados membros do Conselho de Griôs da comunidade bem como alunos da Escola Marechal Costa e Silva. Neste produto final trata sobre as relações entre as tecnologias digitais e a tradição quilombola e as relações intergeracionais entre a juventude quilombola e os idosos da comunidade. Partimos da hipótese de que as tecnologias digitais não anulam a tradição e vice e versa, tendo em vista que durante a pandemia de Covid-19 (2020-2021) as tecnologias digitais de informação e comunicação foram relevantes para a divulgação das práticas e dos saberes da comunidade, através de lives com a participação de Dona Juscelina dentre outros eventos. Acreditamos que o Colégio Estadual Marechal Costa e Silva possa ser um ponto estratégico para realização desta análise, por atuarmos com a nova geração e perceber como eles lidam com as tecnologias digitais sem abandonar a tradição da comunidade. Segundo Luvizotto (2010), a tradição não pode estar engessada, deve ter flexibilidade e dinamismo que oriente o passado, organizando a perspectiva de futuro. Neste sentido este trabalho foca na relação entre tradição e a modernidade tecnológica digital na comunidade Quilombola Dona Juscelina, em especial, na relação do Conselho de Griôs, com a finalidade de manter vivos os saberes tradicionais, e as práticas ancestrais, com os jovens, neste sentido observamos como este conselho absorveu e significou/ressignificou as tecnologias digitais, de modo a refletir sobre os desafios e as possiblidades de conexão entre tecnologias digitais de informação - TDIC’s e as tradições quilombolas na relação entre o Colégio Estadual Marechal Costa e Silva e a Comunidade Quilombola Dona Juscelina, e verificou-se até que ponto afetam a tradição da comunidade durante e após a pandemia do Covid. 19.
  • Item
    Desterritorialização e reterritorialização da cultura escolar nos impactos da pandemia da covid–19 na Escola Municipal Tereza Hilário Ribeiro
    (Universidade Federal do Norte do Tocantins, 2025) MARINHO, Mary Pereira da Rocha
    Este trabalho é o resultado da pesquisa realizada na escola municipal Tereza Hilário Ribeiro em Araguaína-To, sobre o processo de desterritorialização da cultura escolar no contexto da pandemia da COVID-19 nesta instituição de ensino, quanto às aulas remotas e híbridas bem como a retomada das aulas presenciais no período pós- pandêmico e demais atividades inerentes ao âmbito de convivência desta comunidade escolar. A escolha do nosso objeto de estudo dentro do tema da educação se deu em função da rotina de trabalho desta pesquisadora que atua diretamente como gestora na educação de crianças na referida escola. Neste sentido, buscamos compreender os impactos na perspectiva dos conceitos de território, territorialização e desterritorialização da cultura escolar. Os dados levantados foram analisados sob o arcabouço teórico/metodológico inspirados na metodologia da história oral quanto às informações de cunho qualitativo como rodas de conversas com as quatro turmas dos alunos que atualmente cursam o quinto ano das séries iniciais, considerando seu ingresso em 2020, período de início da pandemia e questionário qualitativo aplicado aos pais e professores. Quanto aos dados estatísticos buscamos em fontes documentais oficiais da Educação Municipal no que se refere à verificação da aprendizagem. Nisto, afirmamos a relevância deste estudo que possibilita conhecer como a suspensão das atividades educacionais e a não convivência escolar da comunidade em geral, afetaram direta e indiretamente o processo cognitivo e o desenvolvimento das crinças. Neste sentido, afirmamos a hipótese de que a suspensão das aulas, as aulas remotas através de roteiros, as aulas híbridas, o isolamento comunitário escolar, foram fundamentais como impactos negativos no processo cognitivo dos alunos, cuja estratégia de nivelamento aplicado pela Secretaria Municipal de Educação, pode ser considerada muito mais como um paliativo às perdas e ganhos a esse processo.
  • Item
    A pandemia do covid-19 no Colégio Estadual Jardim Paulista na perspectiva das mulheres professoras
    (Universidade Federal do Norte do Tocantins, 2025) COSTA, Wanessa Lorenna De Sousa Miranda
    A presente pesquisa analisou narrativas sobre a vida de mulheres professoras do Colégio Estadual Jardim Paulista no período pandêmico, nos anos de 2020, 2021 e 2022, na cidade de Araguaína, Tocantins. Essas professoras tiveram sua jornada de trabalho dobrada, ficando em casa e trabalhando no home office. Com a pandemia, todas as aulas foram desenvolvidas sob um modelo remoto, mediadas pelo uso das tecnologias digitais. A pesquisa trouxe informações importantes sobre os desafios encontrados neste período de pandemia. No cenário da educação, com as escolas fechadas e o ensino não presencial, professores(as) de todo o país tiveram que, de uma hora para outra, ministrar aulas não presenciais durante a pandemia da COVID- 19. Com a pandemia do coronavírus, as desigualdades que já existiam na educação básica se agravaram ainda mais, ampliando as desigualdades territoriais presentes em nossa sociedade. As aulas remotas mudaram a rotina dos profissionais da educação, que tiveram que se adaptar às novas ferramentas tecnológicas, sem treinamento ou cursos para capacitá-los ao novo formato de ensino remoto. A vida de muitos alunos e do corpo docente foi afetada, sendo necessário mudar suas rotinas para se adaptarem ao novo modelo de estudo e trabalho que surgiu em um período de medo, dúvidas e incertezas.
  • Item
    Meios de vida e resistência à expansão do agronegócio: os quintais produtivos como garantia da territorialização das famílias do Baixão dos Cocos em Darcinópolis - TO
    (Universidade Federal do Norte do Tocantins, 2025) ABREU, Dione Cley Bento de
    Os quintais produtivos apresentam-se, em regiões do cerrado brasileiro, como uma importante estratégia de cultivo e diversificação alimentar. Para as famílias que fazem manejo nos quintais na região do Baixão dos Cocos no município de Darcinópolis-TO, essas zonas no entorno da casa, constituídas de interações de seus componentes, são utilizadas como ambientes de produção agroecológica e reprodução cultural dos saberes e modos de vida local. O uso desses espaços tem tomado consistência no território tocantinense e, o manejo agroecológico dos quintais, passou a ter um significado cultural, social e econômico para as famílias que vivem nessa região. O crescimento do agronegócio pode resultar na expansão de grandes fazendas e na adoção de práticas intensivas de produção, o que impacta negativamente os pequenos agricultores e as comunidades tradicionais. E isso pode ocorrer por meio da concentração de terras, uso extensivo de agrotóxicos e monoculturas; deslocamento de comunidades locais e redução da diversidade agrícola. Nesse sentido, este trabalho buscou, compreender, como os quintais produtivos têm garantido a territorialização das famílias frente à expansão do agronegócio, considerando os processos de estruturação produtiva, social e ambiental. Por meio desta pesquisa, busca-se fortalecer a visibilidade da cultura local com enfoque na questão ambiental, visando a promoção do desenvolvimento sustentável em consonância da convivência com o cerrado e a promoção da conservação do ambiente. A dissertação está orientada pela pesquisa qualitativa. As técnicas de coleta de dados tiveram como eixos fundamentais o processo de entrevistas semiestruturada, escutas, diálogos e trocas de informações como forma de compreender fenômenos a partir da perspectiva dos sujeitos envolvidos. Esses recursos metodológicos foram empregados com o objetivo de construir uma narrativa compartilhada e aprofundada sobre os temas investigados, valorizando a interação e o contexto dos participantes como elementos centrais do processo investigativo. Os resultados apontaram que os quintais produtivos têm se apresentado como uma importante alternativa para a conservação ambiental, desempenhando um papel crucial na preservação da diversidade agrícola e na manutenção e continuidade das tradições locais. Portanto, a partir das informações apresentadas, pode-se identificar as mudanças ocorridas no contexto social, econômico e cultural das famílias envolvidas na pesquisa e a permanência delas com as práticas nos quintais mesmo com a presença da expansão do agronegócio. Apesar das mudanças significativas causadas por esse modelo de produção em larga escala, é notável a resistência e a permanência das práticas tradicionais nos quintais familiares que desempenham um papel crucial na manutenção do modo de vida e da segurança alimentar dessas famílias.
  • Item
    Cultura, resiliência comunitária e cidadania: a Associação Companhia de Teatro e dança arte livre de Porto Franco - MA (2006-2023)
    (Universidade Federal do Norte do Tocantins, 2025) OLIVEIRA, Edvan da Silva
    Esta pesquisa interdisciplinar, tomando como base as chamadas “epistemologias do sul” como em Ramos Júnior (2020), busca investigar, a partir das ações da associação Companhia de Teatro e Dança Arte Livre - CIATDAL, a possibilidade de uma economia e política do comum, ao mesmo tempo em que discute as razões pelas quais vozes negras, mulheres e grupos periféricos são invisibilizados no currículo escolar e na prática cotidiana. A dissertação está centrada nas narrativas dos participantes que foram coletadas com os associados da CIATDAL por meio de entrevistas, questionários, estudos de documentos, revisão bibliográfica e observação participante entre 2010 e 2024. Esse contexto envolve o período em que o município de Porto Franco desponta como uma nova fronteira agrícola do país, na visão da mídia local e nacional. Sendo a associação um espaço de arte, cultura e educação popular, tem-se formas de resistência contra práticas coloniais e capitalistas, um lugar que provoca à necessidade de instituições mais abertas e inclusivas, especialmente para os sujeitos que integram as comunidades e territorialidades marginalizadas.
  • Item
    Expressões simbólicas no espaço urbano: Um estudo das pixações de Araguaína (TO).
    (Universidade Federal do Norte do Tocantins, 2025) NETO, José Ricarto da Silva
    A presente pesquisa tem como objetivo geral, elaborar as interpretações político-culturais encontrados nos bairros de Araguaína (TO) a partir da diversidade das pixações e de suas narrativas simbólicas. Como objetivos específicos, a pesquisa pretende: a) debater sobre pixações a partir das teorias das formas simbólicas de Ernst Cassirer (2012) e b) analisar as pixações em seus diferentes estilos de produções como expressões da territorialidade urbana de Araguaína (TO). Para tal, corroboramos o conceito de territorialidade visto em Saquet (2013) e tratamos as pixações como forma simbólica a partir da fenomenologia de Cassirer (2012). A metodologia fica a cargo da análise de conteúdo visto em Bardin (2016). Por este motivo, o trabalho conta com o quantitativo e o qualitativo para, por fim, as interpretações pudessem ser elaboradas. Como resultados da pesquisa é possível observar que as pixações presentes no espaço urbano subvertem a cidade de Araguaína (TO) e explanam uma nova perspectiva em decorrência dos conteúdos contra hegemônicos abordados nestas formas artísticas.
  • Item
    “Dona Raimunda é que segura a gente ali na Tauá” A trajetória de vida de Raimunda Pereira dos Santos
    (Universidade Federal do Norte do Tocantins, 2025) MORAES, Antonia Laudeci Oliveira
    Este trabalho tem como objetivo estudar momentos da trajetória de vida de Dona Raimunda da Gleba Tauá. A metodologia utilizada foi centrada na história oral (Ramos et al.,2018), com uso de técnicas da observação participante e da pesquisa documental. Essa metodologia possibilitou o entendimento da narrativa produzida colaborativamente nas entrevistas como pensar memorioso (Ramos, 2019), o que possibilitou organizar o texto a partir dos momentos nos quais Dona Raimunda divide a própria vida. Por outro lado, a metodologia da história oral também possibilitou nomear e situar a relação de militância e afeto entre as sujeitas envolvidas na pesquisa, Antônia Laudeci e Raimunda Pereira dos Santos, o que foi realizado no primeiro capítulo. O texto a seguir faz um apanhado da vida de Raimunda, sua infância, nos reportando ao seu nascimento, crescimento e vivência familiar, em que se destaca a figura do pai, quando ainda era uma menina, volta-se também a atenção para os eventos que ela traz como significativos em sua vida. Posteriormente, são analisadas as relações de poder e os desafios enfrentados em seu casamento, um casamento arrumado pela família e que representou parte de sua vida de violências sofridas, em sua maioria, expressas pelas desigualdades de gênero. Por fim, discute- se os desafios enfrentados por Dona Raimunda na comunidade Gleba Tauá, em termos da luta pela posse da terra e o papel de Dona Raimunda nessas lutas e resistências, apresentando as conclusões do estudo, refletindo sobre o legado de Dona Raimunda e as implicações mais amplas de sua trajetória para a compreensão das comunidades tradicionais no Tocantins em sua luta pela terra e o território.
  • Item
    Novo Ensino Médio: decolonialidade, interlocuções e sentidos sobre currículo e territorialidades no colégio estadual Adolfo Bezerra de Menezes em Araguaína-TO.
    (Universidade Federal do Norte do Tocantins, 2025) SOUSA, Edileila Santos de
    Nesta pesquisa apresentamos estudos desenvolvidos a partir da Reforma curricular do Ensino Médio, (Lei 13415/2017) considerando que as mudanças relacionadas a este tema permitem discussões em suas dimensões sociopolíticas e territoriais. Entendemos que as dinâmicas curricularescontemporâneas atuam sob a égide do capital globalizado, imbricadas às políticas neoliberais. Sob essa perspectiva, buscamos compreender os sentidos de currículo e territorialidades resultantes da reforma e das discursividades produzidas pelos educadores de Ciências Humanas do Colégio Estadual Adolfo Bezerra de Menezes em Araguaína, na efetivação do novo ensino médio. Através da metodologia problematizadora e dialógica, de Paulo Freire, propomos interlocuções a fim de trilhar uma rota de decolonial. Os resultados evidenciam quehá na proposta curricular do Estado do Tocantins, elementos do fortalecimento da aliança entre o capital e o Estado, pela narrativa colonial onde se acirram as injustiças sociais, silenciam e invisibilizam comunidades indígenas, quilombolas e ribeirinhas. Ao analisarmos os sentidos produzidos pelos educadores na implementação da reformacurricular, por meio da Análise do Discurso (AD) de Eni Orlandi, constatamos que a reforma produz sentidos polissêmicos e parafrásticos, os quais se configuram pelos processos sociopolíticos e formações ideológicas de cada interlocutor. Perpassada por relações de poder, a reforma gera desterritorializações (i)materiais, desafiando os educadores a se alocarem no novo contexto de desvalorização do currículo de ciências humanas. Além disso, os educadores sinalizaram em suas falas a percepção de uma reforma curricular impositiva.
  • Item
    Práticas interculturais e trajetórias socioespaciais dos/as alunos/as indígenas Apinajé na Universidade Federal do Norte do Tocantins – UFNT do Centro de Educação, Humanidade e Saúde em Tocantinópolis
    (2023) FARIAS, Marcos da Silva
    A presente pesquisa tem por objetivo analisar as trajetórias socioespaciais, e práticas interculturais dos/as estudantes indígenas Apinajé na Universidade Federal do Norte do Tocantins (UFNT) no território acadêmico da cidade de Tocantinópolis (TO). Parto da pesquisa qualitativa, utilizando entrevistas para obter a narrativa e observar as trajetórias socioespaciais dos/as acadêmicos/as indígenas Apinajé. O fato observado que nos últimos anos os/as alunos/as indígenas Apinajé, passaram a ocupar espaços acadêmicos do campus de Tocantinópolis (TO). Situo o referencial teórico, pautando a decolonialidade, como prática de educação transformadora, através dos seguintes teóricos: Mignolo (2003) e Quijano (2005) e nos estudos interdisciplinares pautados na cultura, trajetórias socioespaciais e território através dos seguintes estudiosos: Pombo (2004), Bhabha (1998), Cirqueira (2008) e Saquet (2007). Por meio da pesquisa bibliográfica, ficam nítidas as mudanças sociais, territoriais, educacionais e culturais da etnia Apinajé ao longo dos contatos interétnicos, pois a inserção desse povo na educação superior mostra as novas trajetórias socioespaciais que essa etnia vem estabelecendo nas últimas décadas. Sendo assim a principal problemática que este trabalho alude é compreender como são construídas as práticas interculturais e trajetórias socioespaciais dos/as discentes indígenas Apinajé na Universidade Federal do Norte do Tocantins (UFNT).
  • Item
    Dona França e a Ilha de São José: diálogo entre conhecimento acadêmico e ribeirinho
    (2024) FERREIRA DOS SANTOS, Josiel
    O conhecimento sobre algumas localidades e seus povos, pode fazer mais sentido quando sujeitos daquele local são envolvidos. Por isso, o presente trabalho é uma forma de dar ênfase a um grupo de pessoas, mais necessariamente, a ribeirinhos da Comunidade Ilha de São José, em que Dona França é a protagonista desta pesquisa, pois se trata de alguém com relevância na história que foi conhecida em alguns casos, por apenas uma versão. Destacamos assim, que as usinas hidrelétricas são vistas como progresso para a sociedade, mas para alguns grupos são vistas apenas como oportunidade de lucro para pessoas que não pensam na natureza e no bem-estar de muitos. Com isso, o problema desta pesquisa surgiu a partir de questionamentos oriundos da perspectiva ribeirinha: como falar de uma comunidade que teve seu espaço-território destruído? De que forma iríamos relatar as experiências de uma comunidade que estava às margens da história oficial, inclusive da história da UHE de Estreito, e corria perigo de esquecimento? Assim, o objetivo é dar visibilidade aos sujeitos impactados pelo empreendimento. Desse modo, recorremos à pesquisa qualitativa, em que nos utilizamos da roda de conversa para a realização também das entrevistas com os denominados Mais Velhos, que eram habitantes da Comunidade Ilha de São José, mas voltados sobretudo para a história de Dona França. Autores como Djamila Ribeiro (2021), Paul Thompson (1992), Lysias Rodrigues (1945; 2001) e Kátia Flores (2009), dentre outros pesquisadores, deram embasamento ao trabalho. Tendo em vista que a história foi contada a partir das memórias dos moradores da antiga comunidade, o resultado da pesquisa é concernente à preservação destas histórias na sociedade.