Programa de Pós-graduação em Estudos de Cultura e Território - PPGCult
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O Mestrado Acadêmico do Programa de Pós-Graduação em Estudos de Cultura e Território (PPGCult), oferecido no Centro de Ciências Integradas de Araguaína (UFNT), é um curso presencial de pós-graduação stricto sensu reconhecido pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), do Ministério da Educação.
Está inserido na Área Interdisciplinar procurando construir um diálogo com diversas áreas do conhecimento, e tem como objetivo produzir investigações de caráter interdisciplinar sobre a relação entre cultura e território.
A proposta do mestrado é construir objetos de investigação interdisciplinares em torno da relação cultura e território, bem como reconhecer os pressupostos éticos e políticos da pesquisa científica e do saber produzidos no âmbito da Universidade. Também devem estar aptos ao diálogo entre disciplinas, saberes e sujeitos de diversas procedências sociais, bem como ser capazes de desenvolver projetos interdisciplinares de relevância social que impulsionem a mudança social com vistas a participações mais igualitárias do poder.
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Item Os Quilombos da Romaria: linha do tempo, protagonistas e instituições(Universidade Federal do Norte do Tocantins, 2022) BORGES, Manoel FilhoEsta pesquisa tem por objetivo apresentar as comunidades quilombolas formadas através de romarias em Muricilândia, retratando a linha do tempo, apresentando os protagonistas das formações, bem como descrevendo as instituições criadas por elas. Essas comunidades são a Comunidade Quilombola Dona Juscelina e a Comunidade Quilombola Dona Domicília, inseridas na sede de Muricilândia (TO) e no Povoado de Cocalândia, distrito daquele município. A metodologia utilizada compõe-se de pesquisas documental, bibliográfica e de entrevista etnográfica. A partir das fontes construímos a linha do tempo das comunidades e narramos a trajetória das lideranças iniciais e atuais das duas comunidades, com o foco no Conselho Griô da Comunidade Quilombola Dona Juscelina.Item Os cuidadores do comum: a institucionalização do conselho de griô na comunidade quilombola dona Juscelina(Universidade Federal do Norte do Tocantins, 2023) SANTOS, Kamila Ferreira dosNeste trabalho, a partir do diálogo entre pensamento acadêmico e quilombola, procuramos entender como o Conselho Griô se constitui dentro da comunidade a partir da formalização, através do Conselho, da lógica cultural de respeito aos mais velhos, reconhecidos como os detentores da experiência e dos saberes e, assim, do poder. Essa instituição, organizada a partir do comum como princípio político, é formalizada no momento em que a comunidade busca reconhecimento por parte do Estado como comunidade quilombola e, para isso, cria a associação. A metodologia utilizada é o cruzamento de história oral e pesquisa documental. Usaremos as narrativas orais dos griôs bem como documentos escritos do Conselho e da Associação. A pesquisa mostrou que o Conselho funciona dentro da comunidade como cuidador do comum, sendo responsável pela mobilização constante da comunidade em torno da valorização de seu passado, de sua cultura e da formação das futuras gerações através dos jovens griôs. No centro desse processo está o comum como princípio político, mas que é nomeado através do pensamento quilombola como galho, um termo local para mobilização da ancestralidade enquanto conexão entre passado, presente e futuro.Item Dasĩpê uma das festas tradicionais do povo Akwẽ-Xerente(2023) XERENTE, Aparecida Pereira da SilvaEste trabalho tem o objetivo principal de registrar a forma tradicional de realizar a festa Dasĩpê, passando para as novas gerações a importância de resgatar e preservar nosso modo tradicional de viver. A palavra Dasipê significa a festa tradicional, do povo Akwẽ-Xerente. Nesta perspectiva é que foi realizado este trabalho de mestrado junto ao meu povo, indígenas Xerente, autodenominados povo Akwẽ-Xerente. Somos uma das oito etnias que vivem no Estado do Tocantins e habitamos a região central deste, na margem direita do rio Tocantins, no município de Tocantínia, a 75 km de Palmas do estado do Tocantins. A pesquisa é qualitativa, de natureza interdisciplinar sobre cultura e território, vários autores embasaram este estudo especialmente autores e autoras indígenas, recorrendo a história oral por meio de entrevistas com anciãos e da observação participante. As ferramentas foram entrevistas realizadas com roteiros semiestruturados e gravadas, para registro e reflexão sobre o processo de realização de Dasĩpê. Esta atividade tradicional do povo Akwẽ-Xerente, a Festa do Dasĩpê na maioria das vezes acontece no mês de julho de cada ano e, uma vez ou outra pode ser realizada no mês de abril, com duração em média de 15 dias. A pesquisa foi realizada na aldeia Salto-Kripre em 2021 e na aldeia Morrão-Wdêkrẽkwasahu em 2022, onde os responsáveis pela festa cultural são os líderes das aldeias anciões e caciques. No decorrer da festa Dasĩpê várias atividades são desenvolvidas, dentre elas: ritual de nomeação masculino e feminino; corrida de Toras Pequena e Grande; pinturas corporais com ornamentações e adereços, danças culturais e cantorias e, para finalizar a festa, são preparadas e servidas comidas típicas. Por meio destes estudos podemos reforçar a importância da transmissão dos saberes que foram registrados de forma oral, em diálogos com os anciãos, anciãs e algumas lideranças e colaborar para manter as nossas tradições cerimoniais, a nossa cultura e nossas raízes para as gerações futuras.Item Documentário Tocantins rio afogado: paisagens e relatos numa produção fílmica(2023) SILVA, Diogo Pereira daEste trabalho procura discutir as representações narrativas do filme Tocantins Rio Afogado, produzido em 2005 pelos cineastas Hélio Brito e João Luís Neiva Brito. Procuraremos analisar as imagens presentes no filme a partir da categoria de representação e paisagem do autor Stuart Hall, Denis Cosgrove e Giuliana Andreotti. No intuito de problematizar a mobilização de sentidos nesta narrativa cinematográfica fílmica, consideramos que o cinema documentário é linguagem artística. O diálogo para compreensão e ou aproximação da cognição de documentário, discutiremos através dos compilados teóricos em Bill Nicholls (2005). As representações dos sujeitos, estilos de vida, paisagens e as problematizações sobre os sentidos presentes nas imagens, utilizaremos da perspectiva de Stuart Hall (2002, 2006) a partir da semiologia com o conceito de representação, além da construção de paisagem no entendimento político de Cosgrove (1984, 2008, 2012) e paisagens culturais em Andreotti (2010, 2012, 2016). A perspectiva metodológica, para a análise da narrativa fílmica audiovisual do Documentário Tocantins Rio Afogado é norteada pela visão da semiologia discutida por Hall e tem a articulação do método de contraste proposto em Diana Rose (2007), onde ela propõe a realização da seleção, transcrição e análise de cenas que resultem em interpretações diversas por meio de representações de sentidos. Neste propósito buscaremos entender quais as representações presentes nas narrativas dos ribeirinhos bem como nas cenas selecionadas da produção fílmica Tocantins Rio Afogado.Item Agroecologia quilombola: saber e olhar das mulheres e dos homens da comunidade quilombola ilha de São Vicente Araguatins –TO(Universidade Federal do Norte do Tocantins, 2023) ROCHA, Jorlando FerreiraO presente trabalho tem como objetivo compreender a função da agroecologia como uma ferramenta na luta pelo território do quilombo da Ilha de São Vicente, destacando sua integração nas práticas produtivas e na rotina diária da comunidade, sendo assim, um elemento de resistência e sobrevivência das famílias quilombolas. Além disso, busca-se analisar as práticas agroecológicas e a divisão de tarefas entre homens e mulheres e como estas fortalecem a valorização do comum dentro do território. Para viabilizar esta compreensão, fomos até a comunidade realizar visitas às famílias, aplicar questionários, registrar imagens de homens e mulheres em seus trabalhos diários. Os resultados aqui apresentados através das falas e imagens mostram o quanto homens e mulheres estão envolvidos em diversas atividades, as atividades agroecológicas são realizadas, tanto por mulheres, quanto por homens, as atividades domésticas como lavar roupas, preparar alimentação são realizadas mais pelas mulheres e as atividades que demandam maior força física ou certas habilidades como tirar palha da palmeira babaçu, carregar madeiras, cobrir casa são realizadas pelos homens do território.Item Práticas interculturais e trajetórias socioespaciais dos/as alunos/as indígenas Apinajé na Universidade Federal do Norte do Tocantins – UFNT do Centro de Educação, Humanidade e Saúde em Tocantinópolis(2023) FARIAS, Marcos da SilvaA presente pesquisa tem por objetivo analisar as trajetórias socioespaciais, e práticas interculturais dos/as estudantes indígenas Apinajé na Universidade Federal do Norte do Tocantins (UFNT) no território acadêmico da cidade de Tocantinópolis (TO). Parto da pesquisa qualitativa, utilizando entrevistas para obter a narrativa e observar as trajetórias socioespaciais dos/as acadêmicos/as indígenas Apinajé. O fato observado que nos últimos anos os/as alunos/as indígenas Apinajé, passaram a ocupar espaços acadêmicos do campus de Tocantinópolis (TO). Situo o referencial teórico, pautando a decolonialidade, como prática de educação transformadora, através dos seguintes teóricos: Mignolo (2003) e Quijano (2005) e nos estudos interdisciplinares pautados na cultura, trajetórias socioespaciais e território através dos seguintes estudiosos: Pombo (2004), Bhabha (1998), Cirqueira (2008) e Saquet (2007). Por meio da pesquisa bibliográfica, ficam nítidas as mudanças sociais, territoriais, educacionais e culturais da etnia Apinajé ao longo dos contatos interétnicos, pois a inserção desse povo na educação superior mostra as novas trajetórias socioespaciais que essa etnia vem estabelecendo nas últimas décadas. Sendo assim a principal problemática que este trabalho alude é compreender como são construídas as práticas interculturais e trajetórias socioespaciais dos/as discentes indígenas Apinajé na Universidade Federal do Norte do Tocantins (UFNT).Item Lutas e resistências de mulheres quebradeiras de coco babaçu: um olhar a partir das práticas dos comuns no território dos babaçuais do povoado Piaçava município de Nazaré/TO(Universidade Federal do Norte do Tocantins, 2024) SILVA, Lavina Pereira daEsta pesquisa, está vinculada à linha de pesquisa Paisagens, Narrativas e Linguagens do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Estudos de Cultura e Território (PPGCult) da Universidade Federal do Norte do Tocantins (UFNT) e tem como objetivo geral, compreender as produções de saberes das mulheres quebradeiras de coco babaçu do povoado Piaçava município de Nazaré/TO, nas décadas de 1960 a 1990, a partir das suas memórias e narrativas buscamos compreender as produções de saberes das mulheres quebradeiras de coco babaçu do povoado Piaçava, município de Nazaré/TO, por ocasião da realização de práticas dos comuns ou adjunto. entender como essas mulheres quebradeiras de coco desenvolveram seus modos de vida durante as décadas em que tiveram acesso livre ao território dos babaçuais e como ocorrem as mudanças geradas pelas ações de fazendeiros. A metodologia utilizada tem como base a História oral, a partir da qual realizamos entrevistas semiestruturadas com oito mulheres quebradeiras de coco na faixa etária de 60 a 87 anos. O critério estabelecido consiste no fato de que essas mulheres vivem no território e experienciaram (ou ainda experienciam) as diversas fases e modos de cultuar o extrativismo do coco babaçu. Para analisar as narrativas e as memórias das interlocutoras, recorri a aportes teóricos de autores e autoras que discutem território, modos de vida e resistência: Rogerio Haesbaert (2006a, 2006b); Pollak (1992, 1989); Olivia Medeiros Cormineiro (2010), e Juscelino Laurindo (2021). As análises das entrevistas permitiram-me compreender como se deu a prática dos comuns com as mulheres quebradeiras de coco babaçu no território dos babaçuais, e qual a relevância do extrativismo desse fruto à comunidade do povoado Piaçava no que se refere às questões socioculturais, políticas e econômicas.Item Dona França e a Ilha de São José: diálogo entre conhecimento acadêmico e ribeirinho(2024) FERREIRA DOS SANTOS, JosielO conhecimento sobre algumas localidades e seus povos, pode fazer mais sentido quando sujeitos daquele local são envolvidos. Por isso, o presente trabalho é uma forma de dar ênfase a um grupo de pessoas, mais necessariamente, a ribeirinhos da Comunidade Ilha de São José, em que Dona França é a protagonista desta pesquisa, pois se trata de alguém com relevância na história que foi conhecida em alguns casos, por apenas uma versão. Destacamos assim, que as usinas hidrelétricas são vistas como progresso para a sociedade, mas para alguns grupos são vistas apenas como oportunidade de lucro para pessoas que não pensam na natureza e no bem-estar de muitos. Com isso, o problema desta pesquisa surgiu a partir de questionamentos oriundos da perspectiva ribeirinha: como falar de uma comunidade que teve seu espaço-território destruído? De que forma iríamos relatar as experiências de uma comunidade que estava às margens da história oficial, inclusive da história da UHE de Estreito, e corria perigo de esquecimento? Assim, o objetivo é dar visibilidade aos sujeitos impactados pelo empreendimento. Desse modo, recorremos à pesquisa qualitativa, em que nos utilizamos da roda de conversa para a realização também das entrevistas com os denominados Mais Velhos, que eram habitantes da Comunidade Ilha de São José, mas voltados sobretudo para a história de Dona França. Autores como Djamila Ribeiro (2021), Paul Thompson (1992), Lysias Rodrigues (1945; 2001) e Kátia Flores (2009), dentre outros pesquisadores, deram embasamento ao trabalho. Tendo em vista que a história foi contada a partir das memórias dos moradores da antiga comunidade, o resultado da pesquisa é concernente à preservação destas histórias na sociedade.Item Universitários/as de camadas populares: processos de afiliação cultural(2024) SANTOS, Gabriel Queiroz dosEste estudo investigou como acadêmicos/as constroem etnométodos, através de suas rotinas e atividades acadêmicas, essenciais para sua afiliação às regras e lógicas da Universidade Federal do Norte do Tocantins (UFNT). A partir de alguns princípios da etnometodologia, uma abordagem qualitativa proposta por Alain Coulon, analisamos as experiências de três estudantes homens e três mulheres, de camadas populares, do 3º ao 8º período de cursos distintos. Os resultados revelaram que o acesso à universidade foi uma jornada individual marcada por persistência e resistência, e que a afiliação cultural tem sido um processo complexo e conflituoso. A análise destacou como os/as estudantes construíram seus etnométodos para assimilar informações diárias e como as ações cotidianas, ao contrário de reforçarem a meritocracia, abriram espaço para discussões sobre responsabilidade social e pedagógica. Essa pesquisa pode fornecer alguns caminhos para a UFNT elaborar políticas públicas de suporte aos/às estudantes ao longo de seus cursos.Item Cultura, resiliência comunitária e cidadania: a Associação Companhia de Teatro e dança arte livre de Porto Franco - MA (2006-2023)(Universidade Federal do Norte do Tocantins, 2025) OLIVEIRA, Edvan da SilvaEsta pesquisa interdisciplinar, tomando como base as chamadas “epistemologias do sul” como em Ramos Júnior (2020), busca investigar, a partir das ações da associação Companhia de Teatro e Dança Arte Livre - CIATDAL, a possibilidade de uma economia e política do comum, ao mesmo tempo em que discute as razões pelas quais vozes negras, mulheres e grupos periféricos são invisibilizados no currículo escolar e na prática cotidiana. A dissertação está centrada nas narrativas dos participantes que foram coletadas com os associados da CIATDAL por meio de entrevistas, questionários, estudos de documentos, revisão bibliográfica e observação participante entre 2010 e 2024. Esse contexto envolve o período em que o município de Porto Franco desponta como uma nova fronteira agrícola do país, na visão da mídia local e nacional. Sendo a associação um espaço de arte, cultura e educação popular, tem-se formas de resistência contra práticas coloniais e capitalistas, um lugar que provoca à necessidade de instituições mais abertas e inclusivas, especialmente para os sujeitos que integram as comunidades e territorialidades marginalizadas.Item Meios de vida e resistência à expansão do agronegócio: os quintais produtivos como garantia da territorialização das famílias do Baixão dos Cocos em Darcinópolis - TO(Universidade Federal do Norte do Tocantins, 2025) ABREU, Dione Cley Bento deOs quintais produtivos apresentam-se, em regiões do cerrado brasileiro, como uma importante estratégia de cultivo e diversificação alimentar. Para as famílias que fazem manejo nos quintais na região do Baixão dos Cocos no município de Darcinópolis-TO, essas zonas no entorno da casa, constituídas de interações de seus componentes, são utilizadas como ambientes de produção agroecológica e reprodução cultural dos saberes e modos de vida local. O uso desses espaços tem tomado consistência no território tocantinense e, o manejo agroecológico dos quintais, passou a ter um significado cultural, social e econômico para as famílias que vivem nessa região. O crescimento do agronegócio pode resultar na expansão de grandes fazendas e na adoção de práticas intensivas de produção, o que impacta negativamente os pequenos agricultores e as comunidades tradicionais. E isso pode ocorrer por meio da concentração de terras, uso extensivo de agrotóxicos e monoculturas; deslocamento de comunidades locais e redução da diversidade agrícola. Nesse sentido, este trabalho buscou, compreender, como os quintais produtivos têm garantido a territorialização das famílias frente à expansão do agronegócio, considerando os processos de estruturação produtiva, social e ambiental. Por meio desta pesquisa, busca-se fortalecer a visibilidade da cultura local com enfoque na questão ambiental, visando a promoção do desenvolvimento sustentável em consonância da convivência com o cerrado e a promoção da conservação do ambiente. A dissertação está orientada pela pesquisa qualitativa. As técnicas de coleta de dados tiveram como eixos fundamentais o processo de entrevistas semiestruturada, escutas, diálogos e trocas de informações como forma de compreender fenômenos a partir da perspectiva dos sujeitos envolvidos. Esses recursos metodológicos foram empregados com o objetivo de construir uma narrativa compartilhada e aprofundada sobre os temas investigados, valorizando a interação e o contexto dos participantes como elementos centrais do processo investigativo. Os resultados apontaram que os quintais produtivos têm se apresentado como uma importante alternativa para a conservação ambiental, desempenhando um papel crucial na preservação da diversidade agrícola e na manutenção e continuidade das tradições locais. Portanto, a partir das informações apresentadas, pode-se identificar as mudanças ocorridas no contexto social, econômico e cultural das famílias envolvidas na pesquisa e a permanência delas com as práticas nos quintais mesmo com a presença da expansão do agronegócio. Apesar das mudanças significativas causadas por esse modelo de produção em larga escala, é notável a resistência e a permanência das práticas tradicionais nos quintais familiares que desempenham um papel crucial na manutenção do modo de vida e da segurança alimentar dessas famílias.Item A pandemia do covid-19 no Colégio Estadual Jardim Paulista na perspectiva das mulheres professoras(Universidade Federal do Norte do Tocantins, 2025) COSTA, Wanessa Lorenna De Sousa MirandaA presente pesquisa analisou narrativas sobre a vida de mulheres professoras do Colégio Estadual Jardim Paulista no período pandêmico, nos anos de 2020, 2021 e 2022, na cidade de Araguaína, Tocantins. Essas professoras tiveram sua jornada de trabalho dobrada, ficando em casa e trabalhando no home office. Com a pandemia, todas as aulas foram desenvolvidas sob um modelo remoto, mediadas pelo uso das tecnologias digitais. A pesquisa trouxe informações importantes sobre os desafios encontrados neste período de pandemia. No cenário da educação, com as escolas fechadas e o ensino não presencial, professores(as) de todo o país tiveram que, de uma hora para outra, ministrar aulas não presenciais durante a pandemia da COVID- 19. Com a pandemia do coronavírus, as desigualdades que já existiam na educação básica se agravaram ainda mais, ampliando as desigualdades territoriais presentes em nossa sociedade. As aulas remotas mudaram a rotina dos profissionais da educação, que tiveram que se adaptar às novas ferramentas tecnológicas, sem treinamento ou cursos para capacitá-los ao novo formato de ensino remoto. A vida de muitos alunos e do corpo docente foi afetada, sendo necessário mudar suas rotinas para se adaptarem ao novo modelo de estudo e trabalho que surgiu em um período de medo, dúvidas e incertezas.Item Desterritorialização e reterritorialização da cultura escolar nos impactos da pandemia da covid–19 na Escola Municipal Tereza Hilário Ribeiro(Universidade Federal do Norte do Tocantins, 2025) MARINHO, Mary Pereira da RochaEste trabalho é o resultado da pesquisa realizada na escola municipal Tereza Hilário Ribeiro em Araguaína-To, sobre o processo de desterritorialização da cultura escolar no contexto da pandemia da COVID-19 nesta instituição de ensino, quanto às aulas remotas e híbridas bem como a retomada das aulas presenciais no período pós- pandêmico e demais atividades inerentes ao âmbito de convivência desta comunidade escolar. A escolha do nosso objeto de estudo dentro do tema da educação se deu em função da rotina de trabalho desta pesquisadora que atua diretamente como gestora na educação de crianças na referida escola. Neste sentido, buscamos compreender os impactos na perspectiva dos conceitos de território, territorialização e desterritorialização da cultura escolar. Os dados levantados foram analisados sob o arcabouço teórico/metodológico inspirados na metodologia da história oral quanto às informações de cunho qualitativo como rodas de conversas com as quatro turmas dos alunos que atualmente cursam o quinto ano das séries iniciais, considerando seu ingresso em 2020, período de início da pandemia e questionário qualitativo aplicado aos pais e professores. Quanto aos dados estatísticos buscamos em fontes documentais oficiais da Educação Municipal no que se refere à verificação da aprendizagem. Nisto, afirmamos a relevância deste estudo que possibilita conhecer como a suspensão das atividades educacionais e a não convivência escolar da comunidade em geral, afetaram direta e indiretamente o processo cognitivo e o desenvolvimento das crinças. Neste sentido, afirmamos a hipótese de que a suspensão das aulas, as aulas remotas através de roteiros, as aulas híbridas, o isolamento comunitário escolar, foram fundamentais como impactos negativos no processo cognitivo dos alunos, cuja estratégia de nivelamento aplicado pela Secretaria Municipal de Educação, pode ser considerada muito mais como um paliativo às perdas e ganhos a esse processo.Item Tecnologias Digitais na Comunidade Quilombola Dona Juscelina em Muricilândia - TO: transformações culturais – 2015 a 2022(Universidade Federal do Norte do Tocantins, 2025) SANTOS, Wagner SilvaNesta dissertação analisamos a relação entre as tecnologias digitais e as tradições ancestrais africanas na Comunidade Dona Juscelina. Os objetivos desta pesquisa são. Analisar o impacto das Tecnologias Digitais na Comunidade Quilombola Dona Juscelina, em Muricilândia - TO, no período de 2015 a 2022, investigando as transformações culturais resultantes da incorporação dessas tecnologias no cotidiano, nas práticas sociais, na educação e na preservação da identidade quilombola. Nesta pesquisa foi utilizada como metodologia de pesquisa a história oral, a partir de questionários semiestruturados, foram entrevistados membros do Conselho de Griôs da comunidade bem como alunos da Escola Marechal Costa e Silva. Neste produto final trata sobre as relações entre as tecnologias digitais e a tradição quilombola e as relações intergeracionais entre a juventude quilombola e os idosos da comunidade. Partimos da hipótese de que as tecnologias digitais não anulam a tradição e vice e versa, tendo em vista que durante a pandemia de Covid-19 (2020-2021) as tecnologias digitais de informação e comunicação foram relevantes para a divulgação das práticas e dos saberes da comunidade, através de lives com a participação de Dona Juscelina dentre outros eventos. Acreditamos que o Colégio Estadual Marechal Costa e Silva possa ser um ponto estratégico para realização desta análise, por atuarmos com a nova geração e perceber como eles lidam com as tecnologias digitais sem abandonar a tradição da comunidade. Segundo Luvizotto (2010), a tradição não pode estar engessada, deve ter flexibilidade e dinamismo que oriente o passado, organizando a perspectiva de futuro. Neste sentido este trabalho foca na relação entre tradição e a modernidade tecnológica digital na comunidade Quilombola Dona Juscelina, em especial, na relação do Conselho de Griôs, com a finalidade de manter vivos os saberes tradicionais, e as práticas ancestrais, com os jovens, neste sentido observamos como este conselho absorveu e significou/ressignificou as tecnologias digitais, de modo a refletir sobre os desafios e as possiblidades de conexão entre tecnologias digitais de informação - TDIC’s e as tradições quilombolas na relação entre o Colégio Estadual Marechal Costa e Silva e a Comunidade Quilombola Dona Juscelina, e verificou-se até que ponto afetam a tradição da comunidade durante e após a pandemia do Covid. 19.Item Novo Ensino Médio: decolonialidade, interlocuções e sentidos sobre currículo e territorialidades no colégio estadual Adolfo Bezerra de Menezes em Araguaína-TO.(Universidade Federal do Norte do Tocantins, 2025) SOUSA, Edileila Santos deNesta pesquisa apresentamos estudos desenvolvidos a partir da Reforma curricular do Ensino Médio, (Lei 13415/2017) considerando que as mudanças relacionadas a este tema permitem discussões em suas dimensões sociopolíticas e territoriais. Entendemos que as dinâmicas curricularescontemporâneas atuam sob a égide do capital globalizado, imbricadas às políticas neoliberais. Sob essa perspectiva, buscamos compreender os sentidos de currículo e territorialidades resultantes da reforma e das discursividades produzidas pelos educadores de Ciências Humanas do Colégio Estadual Adolfo Bezerra de Menezes em Araguaína, na efetivação do novo ensino médio. Através da metodologia problematizadora e dialógica, de Paulo Freire, propomos interlocuções a fim de trilhar uma rota de decolonial. Os resultados evidenciam quehá na proposta curricular do Estado do Tocantins, elementos do fortalecimento da aliança entre o capital e o Estado, pela narrativa colonial onde se acirram as injustiças sociais, silenciam e invisibilizam comunidades indígenas, quilombolas e ribeirinhas. Ao analisarmos os sentidos produzidos pelos educadores na implementação da reformacurricular, por meio da Análise do Discurso (AD) de Eni Orlandi, constatamos que a reforma produz sentidos polissêmicos e parafrásticos, os quais se configuram pelos processos sociopolíticos e formações ideológicas de cada interlocutor. Perpassada por relações de poder, a reforma gera desterritorializações (i)materiais, desafiando os educadores a se alocarem no novo contexto de desvalorização do currículo de ciências humanas. Além disso, os educadores sinalizaram em suas falas a percepção de uma reforma curricular impositiva.Item “Dona Raimunda é que segura a gente ali na Tauá” A trajetória de vida de Raimunda Pereira dos Santos(Universidade Federal do Norte do Tocantins, 2025) MORAES, Antonia Laudeci OliveiraEste trabalho tem como objetivo estudar momentos da trajetória de vida de Dona Raimunda da Gleba Tauá. A metodologia utilizada foi centrada na história oral (Ramos et al.,2018), com uso de técnicas da observação participante e da pesquisa documental. Essa metodologia possibilitou o entendimento da narrativa produzida colaborativamente nas entrevistas como pensar memorioso (Ramos, 2019), o que possibilitou organizar o texto a partir dos momentos nos quais Dona Raimunda divide a própria vida. Por outro lado, a metodologia da história oral também possibilitou nomear e situar a relação de militância e afeto entre as sujeitas envolvidas na pesquisa, Antônia Laudeci e Raimunda Pereira dos Santos, o que foi realizado no primeiro capítulo. O texto a seguir faz um apanhado da vida de Raimunda, sua infância, nos reportando ao seu nascimento, crescimento e vivência familiar, em que se destaca a figura do pai, quando ainda era uma menina, volta-se também a atenção para os eventos que ela traz como significativos em sua vida. Posteriormente, são analisadas as relações de poder e os desafios enfrentados em seu casamento, um casamento arrumado pela família e que representou parte de sua vida de violências sofridas, em sua maioria, expressas pelas desigualdades de gênero. Por fim, discute- se os desafios enfrentados por Dona Raimunda na comunidade Gleba Tauá, em termos da luta pela posse da terra e o papel de Dona Raimunda nessas lutas e resistências, apresentando as conclusões do estudo, refletindo sobre o legado de Dona Raimunda e as implicações mais amplas de sua trajetória para a compreensão das comunidades tradicionais no Tocantins em sua luta pela terra e o território.Item Expressões simbólicas no espaço urbano: Um estudo das pixações de Araguaína (TO).(Universidade Federal do Norte do Tocantins, 2025) NETO, José Ricarto da SilvaA presente pesquisa tem como objetivo geral, elaborar as interpretações político-culturais encontrados nos bairros de Araguaína (TO) a partir da diversidade das pixações e de suas narrativas simbólicas. Como objetivos específicos, a pesquisa pretende: a) debater sobre pixações a partir das teorias das formas simbólicas de Ernst Cassirer (2012) e b) analisar as pixações em seus diferentes estilos de produções como expressões da territorialidade urbana de Araguaína (TO). Para tal, corroboramos o conceito de territorialidade visto em Saquet (2013) e tratamos as pixações como forma simbólica a partir da fenomenologia de Cassirer (2012). A metodologia fica a cargo da análise de conteúdo visto em Bardin (2016). Por este motivo, o trabalho conta com o quantitativo e o qualitativo para, por fim, as interpretações pudessem ser elaboradas. Como resultados da pesquisa é possível observar que as pixações presentes no espaço urbano subvertem a cidade de Araguaína (TO) e explanam uma nova perspectiva em decorrência dos conteúdos contra hegemônicos abordados nestas formas artísticas.
